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Governo sofre derrota e fica sem aliado no comando de CPI sobre fake news

Comissão que apurará notícias falsas nas eleições será presidida pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA) e terá relatoria da deputada Lídice da Mata (PSB-BA)

Por Estadão Conteúdo 4 set 2019, 20h04
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  • Em uma nova derrota no Congresso, o governo perdeu os principais postos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de fake news, instalada nesta quarta-feira, 4. A presidência do grupo ficou na mão do senador Angelo Coronel (PSD-BA), que tem um perfil considerado independente, e a relatoria com a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), oposição a Jair Bolsonaro.

    A CPI foi criada com o objetivo de investigar a disseminação de notícias falsas nas eleições presidenciais do ano passado. A proposta foi gerida pelo Centrão e contou com a articulação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dois dos principais alvos de ataques virtuais de redes bolsonaristas.

    “Precisamos dar um basta nisso e descobrir quais são os focos dessa indústria de fake news que abala a democracia brasileira”, afirmou Angelo Coronel.

    Em outro recado contra ataques nas redes, o Congresso derrubou, na semana passada, o veto de Bolsonaro ao projeto que determina penas mais duras à propagação de notícias falsas.

    Bastidores

    Na arena política, o que se pretende é blindar congressistas que são alvos de ataques na internet e identificar responsáveis por essas críticas. Entre os alvos potenciais, estão apoiadores de Bolsonaro e parlamentares aliados que fazem transmissões ao vivo nas redes sociais durante as votações do Congresso, grupo conhecido como “bancada da live”.

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    Nos bastidores, porém, a avaliação de que o escopo amplo da CPI pode dar margem para investidas também contra opositores ao governo. Um dos focos de governistas é a divulgação de supostas mensagens trocadas entre o então juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o coordenador da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

    Composta por 15 senadores e 15 deputados titulares e igual número de suplentes, a comissão terá 180 dias para concluir seus trabalhos.

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