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Alckmin confirma Ana Amélia em sua chapa: ‘Vice dos sonhos’

Em sabatina no canal Globonews, pré-candidato do PSDB diz que Centrão lhe deu 'liberdade' para escolher companheira de chapa

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 ago 2018, 18h52 - Publicado em 2 ago 2018, 23h41
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  • O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, confirmou na noite desta quinta-feira 2 que a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) será sua vice. O tucano ressaltou que a pepista gaúcha abriu mão de disputar a reeleição ao Senado pelo Rio Grande do Sul para ser sua companheira de chapa e a classificou como “vice dos sonhos”. A notícia de que a parlamentar aceitou o convite de Alckmin foi antecipada por VEJA nesta quinta.

    “A senadora gaúcha Ana Amélia aceitou e, num gesto importante, abriu mão de disputar a sua reeleição para vir conosco nessa caminhada”, disse o presidenciável, durante sabatina no canal GloboNews.

    “Está decidido, os cinco partidos do centro democrático delegaram a nós a escolha, foi muito boa, estamos extremamente otimistas”, continuou, em referência a PP, PRB, PR, DEM e Solidariedade, que compõem o chamado Centrão, ou “blocão”, e apoiam sua candidatura.

    Ele destacou a “presença da mulher” em sua chapa e que os partidos aliados lhe deram “liberdade” para escolher sua vice. “Não poderia ter uma pessoa mais respeitada e querida por todos os partidos que a senadora Ana Amélia”, declarou o ex-governador de São Paulo.

    Antes de a senadora do PP aceitar a indicação do Centrão e o convite de Alckmin para ser candidata a vice-presidente, a vaga na chapa do presidenciável tucano havia sido rejeitada pelo empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar e filiado ao PR.

    Com Ana Amélia na vice, Geraldo Alckmin terá um trunfo para recuperar espaço nos estados do Sul do país. Conforme pesquisas de intenção de voto, o deputado federal Jair Bolsonaro, do PSL, e o senador Alvaro Dias, do Podemos do Paraná, lideram as pesquisas de intenção de voto na região, em cujos estados os candidatos tucanos ao Palácio do Planalto vem sendo os mais votados desde 2006.

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    Ao aceitar integrar a chapa de Alckmin, a senadora terá que resolver um conflito regional. O pré-candidato do PP ao governo do Rio Grande do Sul, deputado federal Luiz Carlos Heinze, declarou em julho apoio à candidatura de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Por outro lado, o PSDB tem como candidato ao Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho, o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite.

    Questionado pelos jornalistas sobre a aliança com partidos cujas lideranças estiveram e estão envolvidas em esquemas de corrupção, inclusive condenados pela Justiça que foram presos, como os ex-deputados federais Valdemar Costa Neto (PR) e Roberto Jefferson (PTB), Geraldo Alckmin respondeu que as alianças são necessárias às reformas que pretende enviar ao Congresso nos seis primeiros meses de governo, como a política, a tributária e a previdenciária.

    Ele ainda rebateu críticas feitas por outros candidatos, como Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT), sobre suas alianças. “Vários disputaram o apoio, nós conseguimos”, declarou. “Queremos ter maioria para trabalhar, não vamos fazer uma reforma se não tiver consenso”, completou o ex-governador de São Paulo.

    Alckmin também declarou que “não existe partido no Brasil” e disse entender que “o eleitor vai votar nas pessoas, não tem um partido que não esteja fragilizado”.

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    Corrupção e aliado preso

    Indagado sobre se, em um possível governo seu, os partidos do Centrão podem atuar por uma “operação abafa” contra as investigações anticorrupção em curso no país, Alckmin afirmou que “ninguém conseguirá neutralizar a Lava Jato”. Ele também se disse favorável às Dez Medidas contra a Corrupção, pacote proposto por membros do Ministério Público Federal (MPF) e que acabou desfigurado pelo Congresso.

    Sobre as apurações do braço paulista da Operação Lava Jato, que miram um esquema de corrupção na Dersa, estatal das rodovias de São Paulo, e levaram à prisão o ex-presidente da empresa Laurence Casagrande Lourenço, nomeado por Alckmin, o ex-governador disse que “confia” no aliado e acredita que ele está sendo “vítima de uma grande injustiça”. Detido em junho, Lourenço é suspeito de superfaturamento de 600 milhões de reais nas obras do trecho norte do Rodoanel, obra tocada pelas empreiteiras OAS e Mendes Júnior.

    “Quando assumi o governo, em janeiro de 2011, nomeei Saulo de Castro, um promotor, membro do Ministério Público, como secretário de Transporte, e ele nomeou o Laurence como diretor da Dersa. Laurence é pessoa de vida modesta, correto, pra mim será uma surpresa qualquer coisa que o incrimine”, respondeu Geraldo Alckmin, que ainda se referiu ao tucano preso como “pessoa preparada e séria”.

    Apesar das declarações de apoio às investigações, Geraldo Alckmin afirmou que no Brasil, no momento, “se julgam as pessoas antes de elas serem condenadas”.

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    Questionado a respeito das delações premiadas de executivos da Odebrecht que citaram pagamentos de 10,3 milhões de reais em caixa dois às campanhas de Alckmin em 2010 e 2014, supostamente entregues ao cunhado do tucano, Adhemar Ribeiro, o ex-governador negou irregularidades. “O irmão da minha esposa é casado com uma banqueira, dono de financeira, nunca participou de tesouraria nenhuma”, respondeu.

    Imposto sindical e privatizações

    Diante das pressões de sindicalistas, inclusive entre aliados seus, como Paulinho da Força (SD), sobre uma alternativa ao imposto sindical, extinto pela reforma trabalhista de 2017, Geraldo Alckmin voltou a descartar a possibilidade de retomar a cobrança do tributo, classificado por ele como “absurdo” e “cartorial”.

    O presidenciável afirmou que, em assembleias e convenções coletivas, os próprios trabalhadores devem decidir sobre um meio de sustentar financeiramente as uniões. “O governo deve sair o máximo que ele puder. Como fazer o seu sindicato poder ter meios de subsistência é um assunto dos trabalhadores, eles é que vão decidir”, declarou.

    Ainda na esfera tributária, além da unificação de cinco impostos (IPI, ICMS, ISS, PIS e Cofins) em um único, o IVA (Imposto de Valor Agregado), e da tributação de lucros e dividendos, o tucano diz que pretende reduzir o imposto de renda de pessoas jurídicas e sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Assim, ele espera “destravar” investimentos.

    Indagado sobre privatizações e lembrado da campanha de 2006, quando vestiu um casaco com as logomarcas de Petrobras, Correios e Banco do Brasil para afastar rumores, Alckmin disse que a petrolífera e o banco ficariam de fora do pacote de vendas de estatais. “Vou fazer privatizações. É importante, o governo não vai ficar mais fraco, governo tem que ser planejador, regulador e fiscalizador, e não empresário. Governo não é pra ser empresário”, afirmou ele, que não descarta, no entanto, passar a área de refino da Petrobras à iniciativa privada.

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