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Forças Armadas não aceitam tentativas de tomada de poder, diz Bolsonaro

Em nota, presidente afirma que o exército destina-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem

Por Da Redação 12 jun 2020, 23h07

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta sexta-feira, 12, que as Forças Armadas não cumprem “ordens absurdas” como, por exemplo, tomada de poder. O chefe do Planalto também disse que que os militares também não aceitam julgamentos políticos.

Bolsonaro reproduziu publicação no Twitter da Secretaria de Comunicação: “As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos”. O texto também é assinado pelo vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

O presidente reforçou “que as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do Presidente da República e que as mesmas destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

O texto foi uma resposta à liminar concedida nesta sexta pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, que, na opinião de Bolsonaro, “reconhece o papel e a história das FFAA sempre ao lado da Democracia e da Liberdade”.

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Fux decidiu, em caráter liminar, que não há margem na Constituição Federal para qualquer interpretação que leve as Forças Armadas a “indevidas intromissões” no funcionamento dos poderes da República, “bem como qualquer tese de submissão” do Legislativo e Judiciário ao Executivo.

“A missão institucional das Forças Armadas na defesa da Pátria, na garantia dos poderes constitucionais e na garantia da lei e da ordem não acomoda o exercício de poder moderador entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, escreveu o ministro em ação ajuizada pelo PDT no Supremo.

Na decisão, Fux definiu que o poder do Presidente da República de autorizar o emprego das Forças Armadas, “por iniciativa própria” ou por pedido dos presidentes do STF, Senado Federal e Câmara dos Deputados, “não pode ser exercido contra os próprios Poderes e instituições em si”. E frisou que a interpretação “não reduz nem amplia” os poderes constitucionais do presidente, que tem “poder limitado”.

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Em entrevista a edição de VEJA desta semana, o ministro da Secretaria de Governo, general da ativa Luiz Ramos, afirmou que é “ofensivo e ultrajante” declarar que as Forças Armadas “vão dar um golpe e quebrar o regime democrático”, mas ressalvou que o “outro lado” também não pode “esticar a corda”. “O próprio presidente nunca pregou o golpe”, acrescentou. 

Grupos específicos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro vem há algumas semanas promovendo atos antidemocráticos na frente de quarteis e do Palácio do Planalto, pedindo uma intervenção militar contra o STF e o Congresso Nacional – alguns deles tiveram a participação do presidente.

Baseados numa tese esdrúxula defendida pelo jurista Ives Gandra Martins, os bolsonaristas invocam o artigo 142 da Constituição para dizer que as Forças Armadas podem cumprir o papel de “poder moderador” para “repor a ordem”.

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A argumentação é rebatida pela grande maioria dos juristas, ministros do STF, como Fux, e também por militares de alta patente. A VEJA, o general e ex-ministro da Secretaria de Governo Santos Cruz classificou a ideia como “completamente equivocada”. “Essa interpretação acaba gerando derivações de interpretações que variam com as características de quem interpreta e também com os interesses e conveniências. O Brasil tem um presidente eleito, um Congresso eleito, um Judiciário constituído. Se não funcionam da melhor maneira, se possuem diferentes opiniões, se precisam discutir atribuições e limites, isso não impede o funcionamento. Os Poderes que se aperfeiçoem e que se harmonizem. As Forças Armadas não tem nada a ver com isso”.

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