Reportagem de VEJA desta semana mostra como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ganhou confiança dentro do governo e passou a executar missões importantes ao lado do presidente Lula. O vice foi sacado até mesmo no maior momento de tensão até aqui, o fatídico 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram invadidas e depredadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército.
Após os ataques, o ministro da Defesa, José Múcio, entrou na mira do PT, e importantes setores da legenda passaram a cobrar a demissão dele sob a acusação de ser leniente com o acampamento.
Em meados de janeiro, um interlocutor que acompanha o governo de perto telefonou para Múcio avisando que a cadeira dele estava correndo risco. “Há uma proposta de o Alckmin ir para o seu lugar, e o senhor assumir o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços)”, disse.
Múcio, então, foi direto na resposta: “Acho o máximo, ótima ideia. O presidente, quando me chamou, disse que não tinha nenhum nome para a Defesa, e eu disse que estava ocupado. Eu não pretendo ir para o MDIC, mas sou feliz que ele achou alguém para a Defesa”.
Em meio à resposta inesperada, o assunto foi encerrado sem nenhuma dança das cadeiras.