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FHC nega falta de empenho por Alckmin: ‘Tem chances de ganhar’

Em entrevista a rádio, ex-presidente reiterou que candidato do mercado não deve vencer eleições e pediu tempo para avaliar intervenção no Rio de Janeiro

Por Estadão Conteúdo 2 mar 2018, 12h09
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  • O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) rejeitou, em entrevista à rádio CBN, as críticas de que não vem apoiando devidamente o pré-candidato de seu partido ao Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O ex-presidente disse que ajudou a fazer Alckmin presidente nacional do PSDB e acredita que ele tem chances de vitória nessas eleições presidenciais.

    Segundo Fernando Henrique, São Paulo é um estado em ordem e as finanças estão em dia. “Ele é um homem simples, fala de forma direta com o povo, esses são valores que podem ser transformados em voto. Por isso ele tem muita chance. E como esta é uma eleição casada, um partido como o PSDB terá peso nessa eleição.”

    Fernando Henrique reiterou que um candidato do mercado não vence as eleições de 2018, mas isso não quer dizer que ele não respeita o mercado. “Não tem de ser o candidato do mercado, tem de ser o candidato do país para ganhar as eleições”. Para ele, as eleições no Brasil não devem trazer nenhum nome novo. “Mas quem simbolizar a retomada de crescimento, decência e muita tranquilidade ao país, tem todas as chances de ganhar.”

    Intervenção

    Na entrevista, FHC disse que a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro é um processo que demanda tempo. “Os militares têm conduta correta, só vão quando são chamados”, comentou. “Há no Rio medida para garantir a lei e a ordem (GLO). O que há agora é intervenção, com as forças subordinadas ao interventor para uma transformação”, disse, emendando que é necessário esperar para ver os resultados da ação. “Isso leva tempo, não se resolve da noite pro dia. A ação tem de ser continuada, a longo prazo e feita com inteligência, se não fica só o espetáculo dos tanques nas ruas.”

    “Eu disse – e fui mal interpretado – que os militares são chamados quando os governos se enfraquecem. Não posso dizer isso no caso do Rio, mas é preciso evitar o uso abusivo das Forças Armadas”. FHC ressalvou que hoje não há a preocupação que se tinha antes do governo militar, de tomada de poder. Para o ex-presidente, o tema segurança vai permear o debate eleitoral deste ano, até mesmo porque o cidadão pobre está desprotegido. “Mas o debate não pode ser feito com demagogia. E precisamos ficar atentos para que isso não ocorra”, destacou.

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