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Feliciano pede impeachment de Mourão por ‘deslealdade’ a Bolsonaro

Deputado alega que, ao se eleger para compor a chapa, vice abdicou de parte da sua liberdade de expressão em prol da defesa do programa de governo

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 abr 2019, 17h10 - Publicado em 17 abr 2019, 15h43
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  • O deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) apresentou nesta quarta-feira, 17, um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB).

    Na peça protocolada na Câmara dos Deputados, Feliciano argumenta que a “deslealdade” de Mourão perante o presidente Jair Bolsonaro (PSL), supostamente provocada por declarações do vice em sentido contrário ao que defende o titular, pode ser enquadrada como crime de responsabilidade.

    “As críticas e contraditas são sempre públicas, de um lado demonstrando falta de unidade (o que é manifestamente prejudicial ao país) e de outro evidenciando a deslealdade do vice-presidente para com o seu companheiro de chapa”, escreve o deputado.

    No entendimento de Feliciano, Mourão tem compromisso com o que foi defendido durante a campanha eleitoral, e não poderia se manifestar em contrário.

    Entre os pontos elencados por ele, está um tuíte da jornalista Rachel Sherezade, em que ela diz que Bolsonaro é “vinagre” enquanto ele, Mourão, seria “vinho”. A falha de Mourão nesse caso teria sido, segundo o deputado, ter “curtido” a mensagem.

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    O deputado alega que, ao se eleger para compor a chapa, o vice-presidente abriu mão de parte da sua liberdade de expressão. “Se ao denunciado era facultado em sua vida privada o direito de exercer a pleno sua liberdade de expressão, bem é certo que enquanto um dos altos dignatários (sic) da nação tal liberdade deve ser balizada pelo dever de lealdade à instituição a que serve e ao chefe da mesma.”

    Apesar de toda essa exposição, Feliciano admite que o principal não é se houve ou não crime, uma vez que, no entender dele, o único critério deve ser o da “conveniência”, estando o Parlamento apto a definir o que pode ou não ser considerado um delito suficiente. “O objetivo do impeachment não é punir culpados por crimes, mas sim proteger o estado da ação de maus governantes.”

    O pedido deverá ser analisado agora pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Tendo plena ciência de que as chances de que a ideia prospere são nulas, Feliciano foi às redes sociais afirmar que é um “tiro de prata”. “Dilma teve dezenove pedidos antes do derradeiro. Espero que o General Mourão tenha postura leal com o presidente Jair Bolsonaro. Chega de conspiração, agora é hora de união.”

    Leia a íntegra do pedido de impeachment.

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