O Exército decidiu moderar os comentários recebidos em suas redes sociais, podendo excluir conteúdos ofensivos, bloquear usuários e até alertar as autoridades competentes caso sejam desrespeitadas as regras estabelecidas pela força.
As diretrizes foram publicadas na última terça-feira, 23, em um documento chamado Política de moderação nas mídias sociais do Sistema de Comunicação Social do Exército Brasileiro.
O documento prevê a moderação e a filtragem das mensagens recebidas nos perfis. Entre os conteúdos passíveis de controle estão aqueles que “usem linguagem inapropriada, obscena, caluniosa, grosseira, abusiva, difamatória, ofensiva ou de qualquer outra forma reprovável”.
A medida se dá após a ida do comandante do Exército, general Tomás Paiva, a uma audiência pública na Câmara dos Deputados, acompanhado do ministro da Defesa, José Múcio, e dos chefes da Marinha e da Aeronáutica.
Na sessão, realizada em 17 de abril, Paiva respondeu às críticas do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) sobre a posição do Exército diante das decisões do ministro Alexandre de Moraes, que mandou prender militares e vândalos do 8 de janeiro.
Em uma indireta ao parlamentar, o chefe do Exército disse que “houve quem tenha corroborado” com as pessoas que estão presas na Papuda, em Brasília, e que “em tese são inocentes”, mas que quem as apoiou “não aparece”. O vídeo da resposta de Paiva foi publicado no Instagram da força, e recebeu diversos comentários negativos por parte de apoiadores do deputado.
Outras regras
Também serão moderados os conteúdos que incitem o ódio, a violência, o racismo ou façam discriminação de qualquer ordem, contenham ameaças ou assédio, concretizem apologia a práticas ilícitas ou ainda façam manifestações de cunho político ou ideológico.
“O Exército Brasileiro não aprova, apoia, declara nem garante a integridade, a veracidade, a exatidão ou a confiabilidade de qualquer mensagem do usuário, tampouco endossa as opiniões expressas nela”, registra a política interna da força.