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Executiva do PT marca reunião para selar apoio ao impeachment de Bolsonaro

Dirigentes do partido discutirão os últimos detalhes da estratégia em um encontro online agendado para as 10 horas desta sexta-feira, 15

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 14 Maio 2020, 14h15 - Publicado em 14 Maio 2020, 14h02
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  • O Partido dos Trabalhadores (PT) oficializará nesta sexta-feira, 15, o apoio ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A Executiva Nacional marcou uma reunião online para as 10 horas com o objetivo de discutir os últimos detalhes da estratégia que será adotada a partir de agora. A sigla subscreverá um pedido que deverá ser apresentado até a próxima quarta-feira, 20, por organizações da sociedade civil.

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito que o PT não pode encabeçar o movimento pelo impeachment para não dar a impressão de que a iniciativa é estritamente política. Segundo Lula, o sentimento antipetista na sociedade acabaria esvaziando a mobilização pela cassação de Bolsonaro. Por isso, a sigla será apenas signatária da peça.

    A pressão para que o PT se posicionasse sobre o impeachment partiu da militância, o que começou a reverberar nas bases eleitorais dos congressistas da sigla. As denúncias feitas pelo ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro havia tentado interferir na Polícia Federal e o aumento no número de mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus aumentaram o clamor contra o presidente. Em reunião nesta semana, a bancada dos deputados federais decidiu apoiar por unanimidade a cassação de Bolsonaro e levou o posicionamento à Executiva Nacional.

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    A iniciativa de formular um amplo pedido de impeachment partiu do PSOL. O partido já tinha um acordo com o nanico PCB e foi atrás do PT e do PCdoB para ampliar a lista de signatários. Com o ‘sim’ dado pelos petistas, resta à direção do PCdoB emitir um posicionamento. Os comunistas relutam em embarcar no movimento por entenderem que este não é momento político ideal, já que a pauta do Congresso está tomada por projetos de combate à crise do coronavírus e por Bolsonaro manter aproximadamente 30% de aprovação popular.

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    O PSOL também convidou o PDT, o PSB, a Rede e o PV a participarem da nova mobilização. Mas, como já ingressaram com um pedido de impeachment próprio, as direções dos partidos declinaram da oferta.

    Ainda não há uma definição sobre quem encabeçará este novo pedido. A direção do PSOL afirma ter o apoio de ao menos 300 entidades civis, como sindicatos de várias categorias profissionais e movimentos ligados a causas identitárias. Também há uma sinalização de que a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) dará apoio à peça.

    Os presidentes do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e do PSOL, Juliano Medeiros, estão à procura dos dirigentes de organizações maiores para engrossar o pedido. Há conversas nesse sentido com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

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    Gilberto Carvalho, ex-ministro dos governos petistas, e Guilherme Boulos, ex-candidato à Presidência pelo PSOL, também estão encarregados de procurar juristas e celebridades interessados em assinar a peça.

    Há mais de 30 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados à espera de uma decisão do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, por ora, não manifestou interesse em autorizar o processo de cassação. Segundo a última pesquisa do Datafolha, 45% dos brasileiros são favoráveis à abertura do impeachment, contra 48% que rejeitam a iniciativa.

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