Entenda como será a substituição de Sergio Moro na Lava Jato
Moro pediu exoneração nesta sexta-feira e medida terá efeito a partir da próxima segunda. Escolha de novo juiz será por critério de antiguidade no cargo
O juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro, pediu exoneração da magistratura na manhã desta sexta-feira 16, medida oficializada pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores. A exoneração de Moro terá efeito a partir da próxima segunda-feira, 19.
Com a saída definitiva do magistrado da 13ª Vara Federal de Curitiba, da qual ele havia pedido férias para se dedicar à transição de governo, terá início o processo de substituição dele. Isso significa que os processos da Operação Lava Jato em primeira instância no Paraná, atualmente sob responsabilidade da juíza federal substituta Gabriela Hardt, mudarão de mãos.
Segundo o TRF4, depois da publicação do ato de exoneração de Moro no Diário Oficial da União, será divulgado um edital de concurso de remoção, em que os 232 juízes da Justiça Federal da 4ª Região (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) poderão se candidatar à vaga. Não há prazo para publicação do edital.
Após a divulgação, os magistrados interessados no posto terão o prazo de dez dias para manifestar interesse e outros três dias para desistirem. O processo de substituição, conforme o TRF4, deve durar cerca de um mês. A escolha é feita por critério de antiguidade, ou seja, será o novo responsável pela Lava Jato no Paraná aquele que há mais tempo for juiz federal da Justiça da 4ª Região.
Os critérios seguintes são a antiguidade como juiz federal substituto da 4ª Região e, ainda, a classificação no concurso público para juiz federal.
O ato de remoção, isto é, a oficialização do novo magistrado titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, será publicado no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 4ª Região.
Até que a vaga de Moro seja preenchida, os processos da Lava Jato continuam sob responsabilidade de Gabriela Hardt, incluindo duas ações que têm entre os réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois processos estão em fases avançadas e um deles já está pronto para sentença.
Os oito juízes federal mais antigos do TRF4 ingressaram no cargo no dia 23 de maio de 1994. Caso todos eles se candidatem ao posto, o critério seria a colocação no concurso. Veja abaixo quem são eles:
Luiz Antonio Bonat, da 21ª Vara Federal de Curitiba (13º lugar no concurso)
Taís Schilling Ferraz, da 24ª Vara Federal de Porto Alegre (19º lugar)
Marcelo de Nardi, da 9ª Vara Federal de Porto Alegre (20º lugar)
Alexandre Gonçalves Lippel, da 19ª Vara Federal de Porto Alegre (22º lugar)
Hermes Siedler da Conceição Júnior, da 26ª Vara Federal de Porto Alegre (23º lugar)
Eduardo Vandré Oliveira Lema Garcia, da 1ª Vara Federal de Santa Cruz do Sul (24º lugar)
Altair Antonio Gregório, da 6ª Vara Federal de Porto Alegre (25º lugar)
Loraci Flores de Lima, da 3ª Vara Federal de Santa Maria (26º lugar)
Veja aqui a lista completa.