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Em novo inquérito, PF investigará 2 anos da vida de Adélio Bispo

Objetivo é mapear qualquer relação dele com outras pessoas que ter tido participação no ataque a Bolsonaro

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 25 set 2018, 16h40 - Publicado em 25 set 2018, 13h57
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  • A Polícia Federal instaurou um novo inquérito para dar continuidade à investigação sobre Adélio Bispo, que confessou ter atacado com uma facada o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). A primeira investigação será encerrada até o fim de semana pelo fato de Bispo estar preso. Na Justiça Federal, investigações com réu preso podem durar, no máximo, trinta dias.

    Após ouvir mais de trinta pessoas e quebrar os sigilos financeiro, telefônico e telemático de Bispo, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe não encontraram nenhum indício de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou em grupo.

    O segundo inquérito vai herdar do primeiro todas as informações colhidas. Além das quebras de sigilo e depoimentos, a PF vai analisar todo o sistema de câmeras da cidade de Juiz de Fora (MG), onde ocorreu o ataque, para traçar deslocamentos de Bispo desde sua chegada na cidade.

    O objetivo da nova apuração, segundo relatou um investigador, é fazer uma devassa nos últimos dois anos da vida de Bispo e mapear qualquer relação dele com outras pessoas que possam indicar a participação de mais pessoas no ataque. Embora vá se debruçar sobre todas as informações coletadas novamente nessa segunda investigação, a PF já descartou várias das hipóteses levantadas.

    Todas pessoas indicadas por seguidores do candidato nas redes sociais como sendo “ajudantes” de Bispo foram investigadas e não foram encontradas indícios mínimos de participação na ação. Entre essas pessoas, foram ouvidas três mulheres com o nome Aryanne Campos.

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    Segundo os apoiadores de Bolsonaro, uma mulher com esse nome teria passado a faca para Bispo. A versão foi completamente descartada na investigação.

    Arma

    A faca coletada passou por perícia, que encontrou DNA de Bolsonaro na lâmina, o que prova que ela foi utilizada no crime. Os investigadores descobriram que a escolha da arma para o crime é explicada pelo fato de Bispo ter trabalhado como açougueiro e em um restaurante de comida japonesa.

    A PF também esmiuçou todas as transações financeiras de Bispo. Não foi encontrada nenhuma movimentação suspeita. O único depósito anormal em espécie teve origem em uma causa trabalhista. O cartão internacional que ele tinha nunca havia sido utilizado e foi enviado pelo banco sem a solicitação de Bispo.

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    Celulares e notebook também foram analisados. Dois dos quatro celulares estavam desativados e os outros não continham, pela apuração feita até agora, informações sobre contatos com outras pessoas para a prática do crime. O notebook encontrado com ele estava quebrado e não era utilizado havia cerca de um ano.

    Bispo será enquadrado pela PF no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Esse artigo prevê a punição para quem cometer “atentado pessoal” por “inconformismo político”. De acordo com a investigação da PF, foram divergências políticas entre Bispo e Bolsonaro que levaram o ex-açougueiro a atacar o candidato do PSL.

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