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Em debate, Witzel e Paes trocam acusações mirando alianças políticas

Candidato do PSC associou Paes a políticos do MDB presos por corrupção; ex-prefeito criticou ligação de juiz com empresário citado em delação

Por Fernando Molica
Atualizado em 19 out 2018, 07h39 - Publicado em 19 out 2018, 00h00
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  • No primeiro debate do segundo turno entre os candidatos ao governo do Rio de Janeiro, transmitido pela TV Bandeirantes, Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) trocaram farpas sobre suas alianças políticas e tangenciaram a apresentação de propostas para o estado.

    Segundo pesquisa Datafolha, divulgada na noite desta quinta-feira 18, o ex-juiz federal lidera a corrida pelo Palácio Guanabara, com 61% dos votos válidos. O ex-prefeito carioca tem 39%. Nos votos totais, o candidato do PSC tem a preferência de 50% do eleitorado fluminense, Paes, 33%. Brancos e nulos somam 11%, e 6% não souberam ou não responderam.

    Clima quente

    O debate da Band entre candidatos ao governo do Rio começou quente. Paes fez a mesma pergunta que formulara em outros encontros. Provocou o adversário, Witzel, sobre sua decisão de deixar o Espírito Santo, onde atuava como juiz federal, depois de ter sido ameaçado. Disse que quem fugiu dos bandidos não tem condições de combater o crime. Wilson Witzel negou que tenha saído do estado por conta das ameaças.

    De olho em Bolsonaro

    O ex-prefeito fez a primeira referência positiva a Jair Bolsonaro, dizendo que o candidato à presidência pelo PSL defende mudança no Código Penal para que policiais possam matar bandidos – o programa de Witzel propõe o “abate” de bandidos que estiverem com armas uso exclusivo das Forças Armadas. 

    O candidato do PSC voltou a defender o “capitão Bolsonaro” e afirmou que não haveria necessidade de mudança da lei. Segundo Witzel, o artigo 25 do Código Penal permite que que policiais atirem para matar pessoas ilegalmente armadas. O artigo, porém, trata do direito à legítima defesa e autoriza o uso moderado dos “meios necessários” para repelir agressão, “atual ou iminente”.

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    Alianças políticas

    Wilson Witzel ressaltou a ligação de Eduardo Paes com políticos do MDB que estão presos por corrupção, como o ex-governador Sérgio Cabral. Paes frisou que o adversário foi condenado por não pagar um empréstimo à ex-sogra, recebia auxílio-moradia mesmo tendo imóvel próprio no Rio e deixou de pagar o IPTU por seis anos.

    Troca de farpas

    Witzel afirmou que Paes não passaria no teste de integridade que pretende implantar no governo do estado; o ex-prefeito rebateu, classificou o adversário de “irresponsável”.

    No terceiro bloco, os candidatos continuaram a trocar acusações. O ex-prefeito insistiu na relação do adversário com Mário Peixoto, um grande fornecedor do governo do estado, e disse que o ex-juiz foi à festa de aniversário do empresário. Wilson Witzel respondeu que, durante a pré-campanha, esteve em contato com muitas pessoas. Negou que tenha qualquer proximidade com Peixoto.

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    No quarto e último bloco do debate, Witzel chamou Paes de “soldado do Lula”, numa referência a uma antiga gravação telefônica entre ele e o ex-presidente. O ex-prefeito voltou a vincular o candidato do PSC ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). Em nova troca de acusações, Eduardo Paes chamou o Wilson Witzel de frouxo.

    Marielle Franco

    Eduardo Paes citou o comício de Witzel em que foi quebrada uma placa com o nome da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março. O demista disse que o adversário desrespeitou a memória da ex-parlamentar. O ex-juiz se solidarizou com a família de Marielle e disse que ajudará nas investigações do crime.

    Considerações finais

    Nas considerações finais, Paes frisou que é carioca e portelense e o adversário é “paulista e palmeirense” (Witzel nasceu em Jundiaí). Já o candidato do PSC agradeceu a Deus e afirmou que vai melhorar a vida da população.

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