Em carta, Lula pede união para ‘sobrevivência da democracia’
Petista também atribui à imprensa e a setores do Judiciário a associação do PT à corrupção
Em carta divulgada pelo Partido dos Trabalhadores na manhã desta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu união em torno da candidatura de Fernando Haddad, seu substituto na disputa pelo Palácio do Planalto, para “retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão social e defender a opção do Brasil pela democracia”. Condenado e preso na Lava Jato desde abril, o líder petista teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
Embora não cite o nome de Jair Bolsonaro (PSL), o petista vê risco de uma ameaça fascista no país. “Se há divergências entre nós, vamos enfrentá-las por meio do debate, do argumento, do voto. Não temos o direito de abandonar o pacto social da Constituição de 1988. Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história”, escreveu.
O petista também atribui à imprensa e a setores do Judiciário a associação do PT à corrupção com o objetivo de derrubar o governo de Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em 2016. “Esconderam da sociedade que a Lava Jato e todas as investigações só foram possíveis porque nossos governos fortaleceram a Controladoria Geral da União, a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário. Foi por isso, e pelas novas leis que aprovamos no Congresso, que a sujeira deixou de ser varrida para debaixo do tapete, como sempre aconteceu em nosso país.”
Sobre as acusações que pesam contra ele, o ex-presidente voltou a dizer que foi vítima de injustiça. “Todos sabem que fui condenado injustamente, num processo arbitrário e sem provas, porque seria eleito presidente do Brasil no primeiro turno.”
Lula também faz menção à suspeita de que empresas pagaram para impulsionar o disparo de mensagens no WhatsApp contra o PT e repete seu argumento de que foi condenado sem provas porque seria eleito presidente no primeiro turno. “Tenho muito orgulho do legado que deixamos para o país, especialmente do compromisso com a democracia. Nosso partido nasceu na resistência à ditadura e na luta pela redemocratização do país, que tanto sacrifício, tanto sangue e tantas vidas nos custou.”