Um certo tipo de padrão e escrita domina cartazes postados diante das arquibancadas em frente ao palanque de autoridades na manhã desta quarta-feira, onde será realizado o desfile cívico-militar de Sete de Setembro com a presença do presidente Jair Bolsonaro e de ministros do primeiro escalão. A mesma grafia e mensagem são replicadas em mensagens contrárias a uma suposta ameaça comunista contra o país e em recados de apoio ao atual mandatário. “No to comunism” e “Nous sommes tous Bolsonaro” são exemplos estampados por apoiadores do ex-capitão. Mais cedo Bolsonaro replicou em suas redes sociais um vídeo com fogos de artifício na Torre de TV, próxima à Esplanada dos Ministérios, com os dizeres “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil” — trecho do hino da Independência.
A exploração de motes relacionados à liberdade tem servido de pretexto para que eleitores simpáticos ao presidente defendam, nas celebrações do Dia da Independência, temas como uma intervenção das Forças Armadas contra supostos abusos do Supremo Tribunal Federal (STF) e a atuação de militares para fiadores da credibilidade das urnas eletrônicas.
Um dos focos de tensão dos desfiles de hoje em Brasília é a presença de caminhoneiros nos arredores da Esplanada dos Ministérios. Os veículos estão barrados por ordem do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), embora o presidente Bolsonaro tenha pedido ontem que eles fossem autorizados a se aproximar da região do desfile.
Em 2021, quando a categoria de caminhoneiros engrossou o coro de críticas do chefe do Executivo ao STF, houve tentativa de forçar a barreira de segurança que isolava a Suprema Corte dos manifestantes. Na ocasião, planos de fuga que incluíam resgate por terra, ar e água foram preparados em caso de ações mais extremistas.