Em 2018, 137 jornalistas sofreram agressão ou ameaça ao cobrir eleição
No domingo (7), jornalista foi agredida e ameaçada de estupro ao deixar local de votação no Recife; agressor vestia camiseta de Jair Bolsonaro
Do início deste ano até o primeiro turno das eleições, em 7 de outubro, 137 jornalistas em todo o país foram agredidos ou ameaçados enquanto trabalhavam na cobertura do processo eleitoral. O número consta de um levantamento feito pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).
Do total de casos, 62 se referem a agressões físicas e 75 a ataques e ameaças pela internet.
O caso mais recente ocorreu na tarde deste domingo (7), no Recife. Segundo o “Jornal do Commercio”, uma jornalista de 40 anos que não teve o nome divulgado por questões de segurança e que presta serviço para a empresa foi agredida e ameaçada de estupro ao sair de um local de votação no bairro de Campo Grande, na zona norte da cidade.
Segundo relato feito pela vítima à polícia, um dos agressores vestia uma camiseta do candidato Jair Bolsonaro (PSL). Eles carregavam uma barra de ferro e fugiram depois que um carro que passava pela rua buzinou. O ataque ocorreu por volta das 14h, na rua Franklin Távora.
Ela disse que foi agredida após ter sido identificada como jornalista. Com hematomas no rosto e cortes no braço, foi encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito depois de registrar um boletim de ocorrência. A polícia vai tentar identificar os agressores com base em imagens de câmeras de segurança.
O Sinjope (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco) e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) afirmaram, em nota sobre o caso, que a “violência contra jornalistas representa gravíssimo ataque à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa” e classificaram o ataque como “inaceitável”.
Todos os casos de agressão e ameaça a profissionais da imprensa compilados pela Abraji podem ser conferidos aqui.