Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

‘É óbvio que vai dar problema’, diz Alckmin sobre Bolsonaro e Haddad

No fórum Amarelas ao Vivo, tucano afirma que líderes das pesquisas têm 'mesmo DNA' e que a 'eleição é em ondas'. 'Estou firmíssimo', declarou

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 set 2018, 19h49 - Publicado em 19 set 2018, 12h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  •  

    Em entrevista no fórum Amarelas ao Vivo, organizado por VEJA nesta quarta-feira 19, em São Paulo, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, intensificou o tom na pregação pelo voto útil para evitar um segundo turno entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que lideram as pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto. O tucano classificou as possíveis eleições de Bolsonaro e Haddad como “equívoco”, “salto no escuro” e “escuridão” e afirmou que é “óbvio que vai dar problema” caso um dos dois seja eleito.

    “Nós vamos mostrar os dois equívocos que o Brasil pode trilhar, um que é a escuridão, o PT, nós já conhecemos e não podemos errar de novo. A responsável pelos 13 milhões de desempregados é a Dilma. Aliás, quem escolheu o Temer foi o PT. Do outro lado, você tem um salto no escuro, inimaginável, alguém que passou 28 anos na Câmara votando sempre pelo corporativismo, votando com o PT, é o mesmo DNA”, afirmou Alckmin aos jornalistas Fábio Altman e Ricardo Noblat.

    Continua após a publicidade

    O diagnóstico feito pelo ex-governador de São Paulo é o de que os eleitores antipetistas que pretendem votar em Jair Bolsonaro erram ao avaliar que ele é o candidato ideal para derrotar Fernando Haddad. O deputado federal tem 28% da preferência do eleitorado, conforme a pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira 18, enquanto o petista apareceu com 19%.

    “Entendem que Bolsonaro pode derrotar o PT e acham que ele é o caminho, e é o contrário. Ele é o passaporte para a volta do PT. A eleição é em dois turnos. O primeiro tem treze candidatos, no segundo ficaram dois e é a menor rejeição. Ele [Bolsonaro] perde para todos os candidatos. Vamos ter essas semanas para dizer que é um equivoco. Tem uma parte do eleitorado que está com o Bolsonaro porque não quer o PT, mas ele perde para o PT”, declarou o tucano, para quem “o PT já está no segundo turno”.

    Segundo as projeções de segundo turno feitas pelo Ibope, contudo, Bolsonaro e Haddad empatam numericamente, com 40% das intenções de voto pra cada um, com 15% de votos brancos e nulos e 5% de indecisos. No quesito rejeição, um indicador importante na disputa do segundo turno, quando o voto por exclusão ganha força, o capitão reformado do Exército é o líder, com 42%, seguido pelo ex-prefeito de São Paulo, com 29%.

    Continua após a publicidade

    Para Geraldo Alckmin, a polarização entre Bolsonaro e Haddad foi favorecida por “dois fatos supervenientes”: o lançamento tardio da candidatura do petista, em substituição à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE); e o atentado sofrido pelo deputado em Juiz de Fora (MG).

    “O PT criou uma divisão, nós contra eles, e o Bolsonaro é o resultado dessa divisão, é o espelho do outro lado. Você está frente ao extremismo e dois fatos supervenientes: o PT escolhendo candidato há cinco dias, na porta de uma penitenciária, e o atentado ao Bolsonaro, vitima de um ato vil e covarde, mas uma coisa é você se solidarizar com o candidato, outra coisa é escolher o presidente da República”, disse o candidato do PSDB.

    Apesar de seu fraco desempenho em pesquisas eleitorais – ele tem 7% da preferência, segundo o Ibope – Alckmin diz estar “firmíssimo” e que a “eleição é por ondas”. “Quantos por cento tinha o Haddad há quinze dias? Hoje ele cresceu e já está em segundo. O que vale é a última onda, a onda da última semana, estou firmíssimo”, disse ele.

    Continua após a publicidade

    Governo Temer

    Questionado sobre a autocrítica feita ao PSDB pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de que o partido errou ao entrar no governo do presidente Michel Temer, Geraldo Alckmin afirmou “endossar” a posição do correligionário e buscou se distanciar do emedebista, citando ter sido contra a participação dos tucanos no governo.

    “Quando houve o impeachment eu falei ‘olha, o PSDB deve votar a favor de todas as medidas que o Brasil precisa e não deve ter ministério, vai ficar em um cantinho e vai ser responsabilizado por um governo que não é dele’. A maioria do partido decidiu, também não vejo problema, indicou bons nomes, agora, por mim, não teria participado”, declarou.

    Continua após a publicidade

    Alckmin ainda classificou como “inacreditável” que Fernando Haddad, citando o mea-culpa de Tasso, responsabilize o PSDB por desestabilizar o governo Dilma Rousseff por meio do pedido de recontagem dos votos da eleição de 2014 e do apoio a “pautas-bomba” no Congresso.

    “O candidato do PT usou uma avaliação que eu diria sincera e honesta do Tasso de forma desonesta. Querer achar que o PSDB é o responsável pela crise do governo do PT é inacreditável. O PT não propôs reforma da Previdência, trabalhista, do Estado, o PT não propôs absolutamente nada, criou um déficit gigantesco e a população foi pagando o preço”, disse o tucano.

    Reformas e privatizações

    Na entrevista ao Amarelas ao Vivo, Geraldo Alckmin prometeu que, caso eleito, proporá reformas políticas, com voto distrital e cláusula de barreira; de Estado, com diminuição de cargos públicos e profissionalização da gestão de agências reguladoras; previdenciária, com a igualdade entre previdência privada e pública; e tributária, com a unificação de cinco impostos (IPI, ISS, ICMS, PIS e Cofins), em um só, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

    Sobre privatizar estatais, o candidato do PSDB disse que o governo “não tem dinheiro para investir e não pode ser empresário, ele tem um forte papel planejador, regulador e de fiscalização” e que privatizaria, por exemplo, o setor de refino da Petrobras, mas preservaria a área de exploração de petróleo da estatal.

    O tucano classificou como “muito ruim” o reflexo da greve dos caminhoneiros na concessão de subsídios ao diesel pelo governo Temer e classificou como “quebra da regra” o estabelecimento de um preço mínimo ao frete rodoviário.

    Continua após a publicidade

    Segurança

    Ressaltando a redução no número de homicídios em São Paulo de cerca de 13.000, em 2001, para cerca de 3.000, em 2017, período em que o PSDB governou o estado, Geraldo Alckmin defendeu o “endurecimento de penas para casos mais graves” e prometeu implantar grupos especiais de investigadores e policiais nas 150 cidades mais violentas do país, além de criar a Guarda Nacional. Para ele, o crime organizado e o tráfico de drogas na fronteira devem ser combatidos com “tecnologia, gente, inteligência e interação”.

    Sobre a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro, que termina no início de 2019, Geraldo Alckmin defendeu a ideia de que o fim dela deve ser negociado com o novo governador fluminense, em uma transição. “Intervenção tem que acabar, mas claro que não pode ser no dia 1º de janeiro. O novo governador assume e tem que ter transição. Se o governo fosse fazer intervenção em todos os estados que têm problemas, teria que intervir em vinte estados “, disse Alckmin.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.