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Doria vence prévia do PSDB no 1º turno e disputará governo de SP

Com pouco mais de 80% dos votos, prefeito derrotou três adversários; após a vitória, criticou José Aníbal e fez o 'acelera' mesmo proibido pela Justiça

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2018, 01h05 - Publicado em 18 mar 2018, 19h22

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), venceu as prévias do PSDB paulista neste domingo e será o candidato tucano ao governo de São Paulo. A vitória veio no primeiro turno, disputado por outros três pré-candidatos: o ex-senador José Aníbal, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e o cientista político Felipe D’Avila.

O prefeito teve 11.993 votos de um total de 14.988 válidos, o referente a 80,02%. As pesquisas eleitorais, que mostram o prefeito na dianteira para o Palácio dos Bandeirantes, e o apoio dos grupos liderados pelo vice-prefeito Bruno Covas e pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Cauê Macris, foram considerados decisivos por tucanos para que a diferença fosse tão larga.

Veja o resultado completo dos votos válidos

João Doria (prefeito de SP) – 11.993 – 80,02%

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Floriano Pesaro (secretário de Desenvolvimento Social) – 1.101 – 7,35%

Felipe D’Ávila (cientista político) – 993 – 6,63%

José Aníbal (suplente de senador) – 901 – 5,98%

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O favoritismo era tanto que chegou a se cogitar um movimento do governador Geraldo Alckmin, que o endossasse e desmobilizasse as prévias, o que não ocorreu. Até o dia da votação, Alckmin se manteve neutro em público, sem apoiar publicamente nenhum dos nomes postos. Ao lançar a pré-candidatura na segunda-feira, o prefeito chegou a dizer que não precisava do “aval” do governador e que este estaria com o vencedor das prévias.

O principal desafio do prefeito, a partir de agora, é afastar a rejeição por ter deixado a Prefeitura apenas um ano e três meses depois de tomar posse. Tanto ao votar nas eleições internas, no diretório de Pinheiros, quanto no discurso após a vitória, Doria reforçou a estratégia de ressaltar que Bruno Covas é a continuidade da gestão e que, como governador, poderá ajudar São Paulo.

“São Paulo não perdeu um gestor, São Paulo ganhou dois gestores”, afirmou. Ele também disse que a equipe deverá permanecer a mesma com Bruno à frente da Prefeitura. “Não sai ninguém, não sai um secretário, não houve nenhuma alteração, não houve mudança de ritmo. Evidentemente que, ao longo do tempo, quem achar que deve sair, vai poder sair”, completou Doria.

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Nos bastidores, a ascensão de Covas foi considerada um dos motivos que fez com que alguns setores mais tradicionais da legenda tenham também embarcado na pré-campanha, assim como grupos de juventude, costumeiramente associados ao vice-prefeito no partido. A vitória, para essa parcela, foi dupla: Doria será candidato a governador e, consequentemente, Bruno Covas assumirá a Prefeitura.

Outro que liderou as articulações da campanha do prefeito foi o deputado estadual Cauê Macris, presidente da Assembleia Legislativa. Na cidade de Macris, Americana (SP), o paulistano teve a vitória mais elástica: 481 votos, contra 10 de José Aníbal, 7 de Floriano Pesaro, 7 de Felipe D’Ávila, um branco e um nulo.

José Aníbal

Se teve alguém que estragou o clima de união da vitória de Doria, esse alguém foi Aníbal. O prefeito, que vinha a dias ignorando as falas e ações jurídicas do adversário, começou as críticas já durante seu voto, quando respondeu às insinuações de que seu objetivo, de fato, seria substituir Alckmin como candidato ao Planalto. “Eu fico lisonjeado com a citação do José Aníbal para que eu dispute a Presidência da República, mas o meu candidato – e eu espero que o dele também – é o governador Geraldo Alckmin.”

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No discurso da noite, ele subiu o tom contra o político, que é presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), de formação ideológica do PSDB, e suplente do senador José Serra (PSDB-SP). Rebatendo o discurso do adversário, o prefeito chegou a sugerir que ele deixasse a legenda. “Tenha a alma de Geraldo Alckmin [que aceitou a derrota nas eleições de 2008] ou encontre um partido para abrigar sua alma amarga, revanchista e odiosa”.

Os demais candidatos derrotados estiveram presentes à apuração e disseram que vão aderir à candidatura de João Doria. “Eu sou um soldado do partido, eu vou apoiar o candidato do PSDB”, disse o cientista político Felipe D’Ávila. “A vitoria de Doria é inconteste, vencendo com quase 80% dos votos. Nos resta respeitar a decisão e a vontade da maioria do partido e, juntos com João Doria, ganhar a eleição no Estado de São Paulo e fortalecer a candidatura de Alckmin à Presidência”, completou Floriano Pesaro.

O ex-senador José Aníbal não compareceu ao diretório estadual do PSDB para a apuração nem atendeu aos contatos de VEJA.

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Márcio França

Diante do isolamento do PT no estado, que vê seus aliados próximos, o PCdoB e o PDT, migrarem para a órbita do vice-governador Márcio França (PSB), Doria virou suas armas contra o socialista. Mais cedo, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o tucano disse que o partido do vice-governador, o PSB, é alinhado com a “extrema-esquerda”.

Questionado após a vitória se esta era sua tática para afastar França – vice de Geraldo Alckmin – do eleitorado tucano, o prefeito desconversou. “Não é a tática, é uma realidade. Um partido que se coliga com PT, PDT e PCdoB é de esquerda. Eu estou em outro campo”, afirmou.

‘Acelera’

O prefeito reforçou sua decisão de combater o que considera uma “censura” da Justiça paulista, que o proibiu de utilizar o slogan “Acelera, SP”, em eventos e nas suas redes sociais. Repetindo o uso da música da vitória do piloto Ayrton Senna, como nas eleições de 2016, João Doria gritou o “acelera” com a militância.

“Nós vamos contestar na Justiça a censura de juízes, procuradores e promotores. Há os bons e os maus em todas as profissões Há os bons juízes e maus juízes, os bons promotores e os maus promotores. Não vão conseguir me censurar. Não vão”, disse.

Na decisão liminar, a juíza Cynthia Thomé, da 6ª Vara da Fazenda Pública, determinou que Doria seja obrigado a pagar 50.000 reais cada vez que utilizar o slogan, que, na visão do Ministério Público, é uma ação indevida do prefeito para se promover pessoalmente com projetos da Prefeitura.

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