O prefeito João Doria (PSDB) recuou de um decreto publicado no último sábado e não terá mais direito a um ano de segurança pessoal quando deixar a Prefeitura de São Paulo. O documento original previa que ex-prefeitos pudessem gozar da escolta de quatro policiais militares para si e para seus familiares por até um ano após o término do mandato.
A nova redação do texto definida pelo tucano excluirá os eleitos em 2016 do direito ao benefício. Com isso, tanto Doria quanto o atual vice-prefeito, Bruno Covas (PSDB), mesmo que assuma o cargo no decorrer do mandato, não poderão solicitar a escolta.
A proposta inicial gerou críticas nas redes sociais, sobretudo pelo fato de Doria articular nos bastidores uma pré-candidatura ao governo do estado, para disputar as prévias tucanas do próximo dia 18. Se for o candidato da legenda, Doria precisaria renunciar até 7 de abril, passando a contar com a segurança dos PMs inclusive durante o período da campanha eleitoral ao Palácio dos Bandeirantes.
O prefeito chegou a se defender e a justificar a medida, alegando ser esta um pedido da Secretaria Municipal de Segurança Urbana para que os ocupantes do cargo não sofressem represálias de criminosos contra eventuais decisões tomadas. Ele também falou que, durante o período que gozasse do benefício, faria depósitos mensais à Prefeitura ressarcindo os cofres públicos do custo com ele.
João Doria falou do tema mais cedo, reafirmando a posição em favor do decreto. “Quando se está no cargo público, tem de ter algumas atitudes de confronto, e facções ameaçam os agentes públicos, e em São Paulo não é diferente”, disse, após se reunir com o presidente Michel Temer (MDB) para discutir o tema da segurança pública.
Poucas horas depois, no entanto, e diante da repercussão negativa, ele voltou atrás. De acordo com nota de esclarecimento emitida pela assessoria do prefeito, o decreto com a nova redação será republicado na edição desta quinta-feira do Diário Oficial do Município.
(Com Estadão Conteúdo)