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Doria: Carnaval no Rio com Witzel e críticas ao presidente

Governador de São Paulo nega que tenha discutido sobre parceria nas eleições com colega do Rio enquanto assistiam aos desfiles na Sapucaí

Por Cássio Bruno e Maria Clara Vieira
Atualizado em 24 fev 2020, 02h37 - Publicado em 24 fev 2020, 00h38
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  • Pré-candidato à Presidência da República em 2022 pelo PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, atacou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao chegar neste domingo no camarote do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), na Marquês de Sapucaí, para acompanhar a primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial. Doria classificou como “leviana” as declarações de Bolsonaro sobre o governador da Bahia, Rui Costa (PT), em relação ao miliciano Adriano da Nóbrega, que morreu no município baiano de Esplanada após ação da polícia daquele estado. Em entrevista, Bolsonaro afirmou que Adriano teria sido executado por PMs de um governo petista.

    “Fazer uma acusação dessas é leviano. Não pode. Hoje é com o governador da Bahia. Amanhã, com o do Rio. Depois, com o do Rio Grande do Sul e com o de São Paulo. Precisamos de paz e equilíbrio no Brasil”, disparou Doria. “(O Bolsonaro) não pode lançar uma acusação de que ele (Rui Costa) teria sido o deflagrador e o orientador de uma medida que foi a morte do miliciano”, completou o tucano.

    Perguntado por jornalistas se Bolsonaro deveria explicar melhor supostas relações de sua família com as milícias no Rio, Doria declarou: “Não podemos miliciar as polícias militares e nem miliciar o comportamento de quem quer que seja no Poder Executivo”.

    Adriano da Nóbrega era acusado de chefiar o Escritório do Crime, milícia que atua principalmente na comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. O grupo é apontado pela polícia e pelo Ministério Público como o responsável pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018. A mãe e a ex-mulher de Adriano trabalhavam no gabinete do então deputado estadual Flavio Bolsonaro, hoje senador, na Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ). O clã presidencial nega envolvimento com milicianos.

    Doria afirmou ainda que governadores se uniram após os ataques de Bolsonaro contra eles. “Tenho que reconhecer: o presidente Bolsonaro, dadas as agressões que fez com o emparedamento dos governadores no tema referente ao ICMS, e as críticas ao governador da Bahia, nos fez ficar mais unidos ainda”, disse Doria, negando que a parceria com Witzel seria eleitoral visando às eleições municipais deste ano e presidencial, em 2022.

    “A relação do presidente com os governadores se deteriorou muito”, disse Doria, na saída do camarote. O governador contou que, neste domingo, almoçou com Wilson Witzel, o empresário Paulo Marinho, dirigente do PSDB no Rio, e o ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebianno. “Não falamos de eleições”, disse Doria. “Mas acertamos que o centro democrático deve permanecer unido.” Questionado sobre a posição ideológica do partido nas próximas eleições, ressaltou que o PSDB será “totalmente de centro”.

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