Dois filhos do empresário José Carlos Bumlai também foram alvo da Operação Passe Livre na 21ª fase da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira. Contra eles foram cumpridos mandados de condução coercitiva – quando o investigado é levado para depor. Os dois serão ouvidos pela Polícia Federal, em Brasília. Já Bumlai foi preso preventivamente e deve ser levado para a Superintendência da PF em Curitiba ainda hoje.
Como Bumlai e os filhos estavam na capital federal, foi pedido de última hora o cumprimento de um mandado de busca e apreensão para apreender computadores e celulares no quarto de hotel em que estavam. Em Mato Grosso do Sul, também foi feita busca e apreensão na residência e nas empresas do pecuarista. No momento da prisão, o empresário se mostrou tranquilo e não apresentou resistência.
O amigo próximo de Lula foi citado por delatores da Lava Jato. Um deles foi o lobista Fernando Baiano, que declarou ter repassado a uma nora do ex-presidente Lula uma quantia de 2 milhões de reais a pedido de Bumlai. De acordo com as investigações, os valores eram referentes a uma comissão a que o pecuarista tinha direito e, na transação, foi simulado um contrato de aluguel de equipamentos e emitidas notas fiscais falsas.
A nova fase da Lava Jato volta a rondar o ex-presidente Lula. Como VEJA havia revelado em 2011, o pecuarista foi favorecido por financiamentos do BNDES e tinha livre acesso ao Palácio do Planalto no governo petista – daí o nome da nova operação. Um recado na portaria do principal prédio da administração pública federal determinava: “O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria Principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer circunstância”.
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(Com Estadão Conteúdo)