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Dodge pede mais 60 dias para investigar Temer, Padilha e Moreira Franco

Manifestação da procuradora-geral concorda com solicitação da PF ao STF em investigação sobre suposto pagamento ilícito de R$ 10 milhões da Odebrecht

Por Estadão Conteúdo 14 jun 2018, 21h56
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  • A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a prorrogação por 60 dias das investigações de um inquérito instaurado no Supremo Tribunal Federal (STF) a partir da delação premiada da Odebrecht contra o presidente Michel Temer (MDB) e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), e de Minas e Energia, Moreira Franco (MDB).

    Após a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que concordou com um pedido da PF por mais prazo para a apuração, caberá ao relator do caso, ministro Edson Fachin, decidir se atende ou não ao pedido para prorrogar as investigações.

    O inquérito foi aberto para apurar relatos de delatores da empreiteira sobre suposto pagamento de 10 milhões de reais em doações ilícitas a campanhas do MDB em troca de favorecimento à empresa. O acordo, segundo delatores como o ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e o ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho, foi firmado durante reunião no Palácio do Jaburu em 2014, quando Temer era vice-presidente e candidato à reeleição na chapa encabeçada por Dilma Rousseff (PT).

    Segundo delatores Odebrecht, os 10 milhões de reais foram repassados ao grupo político de Temer, em entregas feitas por um operador do Rio Grande do Sul e no escritório do amigo e ex-assessor de Temer, o advogado José Yunes.

    Do montante, relataram os delatores, 6 milhões de reais foram destinados à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo e os 4 milhões de reais restantes, a Eliseu Padilha. O ministro teria recebido 1 milhão de reais em seu escritório de advocacia, em Porto Alegre, e pedido que a quantia restante fosse entregue ao ex-deputado Eduardo Cunha e a Yunes.

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    Nesse mesmo inquérito, Fachin decidiu não atender ao pedido da Polícia Federal de quebrar o sigilo telefônico de Michel Temer, mas concordou com medida em relação a Padilha e Moreira Franco.

    Serão analisados pelos investigadores registros de ligações feitas em 2014, no período que antecedeu o jantar no Jaburu, que supostamente aconteceu em maio. Com o levantamento do sigilo telefônico, não será possível que se recupere o conteúdo de conversas, mas apenas se mapeie ligações e seus interlocutores.

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