Dilma: o futuro governo vai achar um lugar para ela
Ex-presidente pode assumir posto no exterior, mas vaga na Esplanada dos Ministérios está, por ora, descartada
![Petista teve requerimento negado pela Comissão de Anistia passada](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/08/000_32GU6X7.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
“Tem muita gente que, na perspectiva de criar confusão entre nós dois, fala para mim: ‘Você vai levar a Dilma para um ministério? Você vai levar o José Dirceu para um ministério?’ Nem eu vou levar e jamais a Dilma caberia em um ministério, porque Dilma tem a grandeza de ter sido a primeira mulher presidente da história deste país”. Foi assim que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desmentiu – em uma das várias oportunidades ao longo da campanha – a hipótese de a ex-presidente Dilma Rousseff assumir um posto de primeiro escalão na Esplanada a partir de 2023.
A possibilidade de Dilma não compor a equipe ministerial está calcada menos na justificativa pública dada por Lula e mais na convicção de que, no processo de reabilitação de sua imagem após o PT ter sido varrido pela Lava-Jato, nomear a ex-presidente, que promoveu a mais significativa crise econômica dos últimos anos, seria um desgaste desnecessário para o governo que se inicia em 2023.
Ao longo da campanha, em um aceno a eleitores simpáticos à ex-presidente, Lula até foi treinado a afirmar que o processo de impeachment contra ela havia sido um “golpe” – no discurso após a vitória em segundo turno Lula também fez um agradecimento direto à Dilma –, mas deixou claro que, assim como José Dirceu, não haverá espaço para a ex-mandatária entre os futuros ministros.
Isso não quer dizer que ela não terá seu lugar ao sol no mandato do padrinho político. Uma das possibilidades é que ocupe um cargo no exterior, o que é interpretado como uma reabilitação honrosa depois que teve o mandato abreviado em 2016 por um processo de impeachment. Saída semelhante já havia sido pensada no início do governo Bolsonaro para abrigar Michel Temer, vice de Dilma que assumiu após a deposição da petista.