O ex-ministro Geddel Vieira Lima recebeu autorização para deixar o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, sem usar tornozeleira eletrônica. O aval foi expedido por Ney Bello, desembargador federal do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, que alegou a ausência de equipamentos disponíveis para fazer o rastreamento de Geddel.
Bello determinou que a tornozeleira eletrônica será instalada assim que Geddel chegar à casa em que cumprirá prisão domiciliar em Salvador. O ex-ministro do governo Michel Temer (PMDB) estava preso desde o último dia 3, sob as acusações de tentar impedir a delação do doleiro Lúcio Bolonha Funaro e de obstruir a Justiça.
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça do Distrito Federal, está analisando um novo pedido do Ministério Público Federal (MPF) para manter Geddel preso. Os investigadores encontraram provas que justificariam manter o ex-ministro atrás das grades.
Segundo o MPF, há evidências de que Geddel, ao demonstrar influência perante o Judiciário, também teria praticado o crime de exploração de prestígio — que prevê pena de um a cinco anos de prisão. “Os novos fatos criminosos praticados pelo mencionado investigado demonstram que nem mesmo sua reclusão domiciliar foi capaz de prevenir sua atividade criminosa. Sendo criminoso habitual, em série (“serial criminal”), não há medidas cautelares alternativas que sejam capazes de impedir que novos delitos sejam cometidos por Geddel Vieira Lima”, disse o MPF.