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Delator aponta R$ 21 milhões de propina ao PT e PMDB nas obras de Belo Monte

Ligado à Camargo Corrêa, o engenheiro Luiz Carlos Martins também citou em sua delação repasses para o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e para o economista Delfim Netto

Por Da Redação
15 jun 2016, 09h42

O engenheiro Luiz Carlos Martins, ligado à Camargo Corrêa, relatou à força-tarefa da Lava Jato que havia o compromisso de pagar 21 milhões de reais em propina para o PT e o PMDB pelas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. O engenheiro fechou delação premiada na Lava Jato em meados de 2015 e prestou novo depoimento em 30 de março deste ano.

Martins contou que, em 2011, levou ao então presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, a “cobrança” que lhe havia sido feita pelo então presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra. “No sentido de que 1% dos valores desembolsados no contrato das obras civis de Belo Monte deveria ser encaminhado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB); que, complementando, afirma que a participação da Camargo Corrêa no empreendimento compreendia 16% no consórcio construtor (CCBM), pelo que lhe caberia o pagamento de 21 milhões de reais a título de propina aos citados partidos, 50% para cada”, diz o texto da delação.

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O engenheiro relatou que, ao encaminhar “tal demanda” a Avancini, foi orientado a tratar exclusivamente dos pagamentos relacionados ao PMDB, “sendo que os valores a serem direcionados ao PT o próprio presidente disse que iria resolver”. Martins afirmou ainda que cogitou comprar 1 milhão de reais em suco de fruta para maquiar suposta propina ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), nas obras da usina. No depoimento, ele detalhou que a “operacionalização dos pagamentos” a Lobão envolveu a empresa AP Energy Engenharia e Montagem LTDA. Lobão era então ministro de Minas e Energia.

“O ‘caminho’ utilizado para fazer o dinheiro chegar ao destinatário, o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão, foi mencionado em reunião do Conselho Diretor do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte); que, especificamente, recorda-se que foram cogitados vários ‘caminhos’, sendo que um deles envolvia Luiz Fernando Silva, que teria sido secretário estadual no Maranhão e que teria vínculos com o então ministro Lobão”, relatou.

O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Lobão, afirmou que o senador “desconhece essa empresa”. “Nunca ouviu falar, não conhece essas duas pessoas que seriam os donos da empresa. Realmente não tem a menor noção de por que houve a citação”. Dalton Avancini celebrou acordo de delação premiada antes e delatou o próprio Luiz Carlos Martins. A defesa da empresa AP Energy não foi localizada. Também não foi localizado o defensor de Luiz Fernando Silva. Procurados, PT e PMDB não se manifestaram sobre o caso.

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Delfim – A delação de Luiz Carlos Martins também envolve o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. Segundo o engenheiro, o PMDB determinou propina de 10% ao economista sobre as obras da Usina de Belo Monte. O executivo declarou que pagou 160.000 reais em quatro parcelas.

Em 25 de junho do ano passado, o engenheiro relatou que durante uma reunião, em 2012, o então presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra, “informou que do valor de 1% da propina que deveria ser dividida entre as empresas, ao invés de ser 50% para o PT e 50% para o PMDB, seria na verdade 45% para cada, e 10% seria destinado a Delfim Neto”. “Todos reclamaram disso, mas Flávio informou que era uma determinação do agente político do PMDB”, declarou o executivo.

Os advogados Ricardo Tosto e Maurício Silva Leite, defensores de Delfim, informaram que o ex-ministro recebeu por serviços de consultoria. “Delfim Netto informa que prestou serviços de consultoria na área econômica e que recebeu os respectivos honorários.”

(Com Estadão Conteúdo)

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