A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou nesta segunda-feira, 7, as alegações finais nas investigações da Operação Lava Jato sobre o recebimento de propina por meio da reforma do sítio na cidade de Atibaia, no interior de São Paulo. Os advogados pedem a absolvição no processo em que ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por “insuficiência de provas” e “atipicidade das condutas” nas investigações.
O documento, que tem 1.600 páginas e 24 anexos, também contém críticas ao presidente Jair Bolsonaro, ao atual ministro da Justiça, Sergio Moro, que comandou o caso até o mês de novembro, e à atual juíza responsável, Gabriela Hardt, e diz que o ex-presidente “não é e jamais foi proprietário do sítio”.
O texto cita ataques de Bolsonaro a Lula durante a campanha eleitoral do ano passado, como a declaração de que iria “fuzilar a petralhada” e a afirmação de que o petista iria “apodrecer na cadeia”. Também questiona a parcialidade de Sergio Moro ao alegar que o juiz “tomou diversas medidas ilegais e arbitrárias com o objetivo de promover o desgaste da imagem e da reputação” de Lula, e a parcialidade de Gabriela Hardt ao afirmar que ela segue as mesmas práticas do antecessor.
Luiz Inácio Lula da Silva é acusado pelo Ministério Público Federal de ter recebido vantagens indevidas do Grupo Schahin, de José Carlos Bumlai, da Odebrecht e da OAS em obras realizadas no sítio de Atibaia, no qual o uso pela família do petista, de acordo com o MPF, comprova que o imóvel, de fato, era de Lula.
As alegações finais são a última etapa do processo antes da sentença.