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Dallagnol: Extrema-direita ataca Lava-Jato por medo de candidatura de Moro

Ao lado do ex-juiz, procurador também elogiou o aumento no número de pessoas que decidiu participar da vida política

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 nov 2020, 09h30 - Publicado em 28 nov 2020, 11h39

Às vésperas de completar quatro meses fora da coordenação da Operação Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol atualmente está à frente de investigações bem menos tormentosas. Depois de atuar em delações premiadas que levaram à devolução de milhões de reais de criminosos confessos e de negociar acordos de leniência em que empreiteiras enredadas no petrolão concordaram em desembolsar cifras na casa do bilhão, Dallagnol está às voltas com um caso em que investiga o valor de 1 mil reais em notas falsas. Os novos tempos, agora fora dos holofotes, o deixaram mais à vontade para analisar o cenário político e apontar o motivo de autoridades e instituições centrarem artilharia na maior operação de combate à corrupção da história do país. Foi o que fez, por exemplo, ao participar esta semana de um debate virtual sobre o futuro da Lava-Jato. Para o procurador, os ataques que apoiadores da direita refletem o temor de que o ex-juiz Sergio Moro se candidate nas eleições de 2022.

“Nesse grande barco de reações, você tem réus poderosos, investigados poderosos, advogados hipergarantistas e partidários de extrema-direita que veem ameaças no futuro caso a Lava-Jato avance e alcance mais sucesso porque veem com receio uma possível candidatura do ex-juiz federal Sergio Moro”, disse Deltan. “É algo que levou a extrema-direita a ver com reservas e em alguma medida a atacar a Operação Lava-Jato e seus resultados. Alguns tipos de ataques que não víamos antes [estão] vindo dessa ala”, completou. A análise de Dallagnol foi ouvida em silêncio por Sergio Moro, que participava do mesmo debate virtual.

Embora também rejeite se lançar em uma disputa a cargos eletivos, o procurador defendeu a política como elemento capaz de transformar o país e afirmou que acredita que mudanças substanciais ocorrerão por conta do “aumento no número de pessoas que decidiu participar da vida política, seja exercendo sua cidadania de modo apartidário, seja se envolvendo, dando um passo adiante e se oferecendo como potenciais candidatos nas eleições”. Mais uma vez, Moro não teceu comentários.

A quase dois anos da disputa de 2022, o virtual oponente de Bolsonaro ainda está longe de ser definido, mas o ex-juiz da Lava–Jato, que se declara ideologicamente como de centro-direita e não assume publicamente a intenção de ser candidato, começou há meses a construção de sua persona para se apresentar como político viável eleitoralmente e porta-voz de um discurso contrário à polarização que rachou o país em 2018. No campo ideológico, o ex-ministro da Justiça tenta marcar posição como um egresso do bolsonarismo avesso à polarização extremada que, sob o guarda-chuva do presidente, colocou em xeque até mesmo a credibilidade de uma possível vacina chinesa contra a Covid-19. Conforme mostrou VEJA, o ex-juiz também deu um importante sinal de maleabilidade política ao afirmar em conversas reservadas que a eventual campanha de um candidato anti-polarização não precisa necessariamente ter a bandeira do combate à corrupção como a principal pauta de 2022.

Nas conversas talhadas há meses com empresários, políticos e personalidades como o apresentador de TV Luciano Huck na tentativa de se construir uma candidatura à Presidência, são apresentadas propostas em eixos temáticos como economia, combate à criminalidade e programas sociais. Ao final, é esperado que da compilação dessas discussões saia o nome do candidato mais viável politicamente.

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