Na sequência da publicação de um vídeo escatológico em sua conta no Twitter, Jair Bolsonaro (PSL) voltou a causar polêmica ao manifestar uma dúvida sexual na manhã desta Quarta-Feira de Cinzas. “O que é golden shower?”, perguntou o presidente da República aos seus seguidores na rede social.
A curiosidade do presidente está diretamente relacionada à repercussão do vídeo publicado por Bolsonaro em que um homem aparece tocando suas partes íntimas em público, no que seria, segundo o presidente deixa a entender, um bloco carnavalesco. A continuação das imagens mostra a resposta para a pergunta do presidente: “golden shower” é a prática sexual em que um parceiro urina no outro.
A busca pela expressão já estava em alta com a publicação do vídeo pelo presidente, na noite de terça-feira 5, mas disparou assim que Bolsonaro manifestou sua curiosidade. Às 10h52 desta quarta, atingiram o máximo medido pelo Google nas últimas 24 horas. O tuíte do presidente recebeu pelo menos 12.000 respostas, a maioria ironizando a pergunta ou repreendendo o presidente diante de preocupações mais graves que o cargo suscita.
A divulgação do vídeo deu origem a uma série de críticas de quem entendeu que Bolsonaro não agiu de forma apropriada. Dos dez assuntos mais comentados no Twitter no Brasil, cinco faziam referência direta ao episódio, sendo #ImpeachmentBolsonaro e #VergonhaDessePresidente algumas das hashtags mais comentadas. Em defesa de Bolsonaro, seus seguidores repercutiram o #BolsonaroTemRazão, defendendo a divulgação do vídeo.
O Twitter informou que “tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, e eventuais violações estão sujeitas às medidas cabíveis”. A Presidência da República não se manifestou de imediato. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) anunciou que vai entrar com uma representação contra Bolsonaro pela publicação do vídeo. “A lei 13.718, recentemente aprovada, tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”, escreveu o parlamentar.
Não é a primeira vez que a expressão “golden shower” ocupa o noticiário político. Ídolo de Bolsonaro, o presidente americano Donald Trump foi acusado por um dossiê — jamais confirmado — de ter contratado prostitutas durante uma passagem por Moscou em 2013 para uma farra com a prática sexual.