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Em fala na CPMI, ex-diretor da PRF nega interferência na eleição

Silvinei Vasques foi a primeira testemunha a depor na comissão mista, que decidiu convocar militar que tramou golpe com Mauro Cid e o ex-GSI de Lula

Por Da Redação Atualizado em 20 jun 2023, 21h44 - Publicado em 20 jun 2023, 07h34

A CPMI do 8 de Janeiro começou sua série de oitivas nesta terça-feira, 20, com o depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. O ex-policial foi inquirido como testemunha, a partir de requerimento apresentado pela relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Antes de ouvir Vasques, os membros da comissão mista aprovaram a convocação de quatro pessoas: Jean Lawand Junior, que pediu a Mauro Cid por um golpe logo após a eleição de 2022, conforme revelou reportagem de VEJA, o general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI, Saulo Moura da Cunha , ex-diretor da Abin, e Renato Martins Carrijo, perito da bomba encontrada próximo ao aeroporto de Brasília em dezembro.

Em sua fala inicial, Vasques negou que a PRF atuou para interferir no dia do segundo turno da eleição e que tais questionamentos são a “maior injustiça” da história da corporação. “A gente vai ter a possibilidade, pela primeira vez, de combater esta que foi a maior injustiça já realizada na história da Polícia Rodoviária Federal, que nos próximos dias completa 95 anos”, afirmou o ex-diretor, que também negou que tenha havido qualquer omissão ou irregularidade da PRF.

“Nossos policiais estavam lá para garantir a segurança. Nesse dia, não foi registrado nenhum acidente grave com ônibus e vans”, ponderou. “Grande parte dos nossos policiais eram eleitores do presidente Lula. Não há, não é possível cometer esse crime. Não como parar 13 mil policiais sem ter uma conversa por WhatsApp, Telegram, sem um e-mail enviado. Nenhum participou ou ouviu alguma coisa. Não tem como fazer uma operação dessa e envolver 13 mil policiais sem ter uma simples conversa de corredor”, acrescentou.

Sobre sua possível relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Vasques disse que era “muito profissional”. “O presidente Bolsonaro, eu nunca fui, em nenhuma festa, por exemplo, da filha dele mais nova, não sou padrinho, não sou parente. Nunca votei nele, porque meu título de eleitor está em Florianópolis, sempre esteve lá. O que a gente tinha era uma relação muito profissional”, afirmou.

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Ao justificar por que tirou fotos com o ex-presidente, o ex-policial afirmou que Bolsonaro demonstrava “carinho” com a instituição e que ele “foi o único que deixou bater foto”. Ressaltou também que era um motivo de “orgulho” ter uma foto com o presidente.

O requerimento

O pedido para ouvir o ex-chefe da PRF focava as blitze ocorridas em rodovias federais em 30 de outubro de 2022 — dia do segundo turno das eleições — principalmente na região Nordeste, que concentra a maior parte dos eleitores do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva.

À época, foi noticiado que a PRF estaria interceptando o transporte público. Ainda no dia 30 de outubro, Vasques foi intimado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a interromper “imediatamente” as operações da corporação relacionadas ao transporte público de eleitores.

Investigado por improbidade administrativa em razão da acusação de pedir votos por meio de rede social para o então presidente Jair Bolsonaro, Vasques se aposentou no final do ano passado. Ele estava à frente da PRF desde abril de 2021.

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“Tal como proposto no plano de trabalho apresentado a esta comissão, pretende-se que as nossas atividades se iniciem com a dissecação dos fatos que norteiam importantes datas, consubstanciadas em oitivas e requerimentos de informações, a partir das quais se espera, como natural desdobramento, a investigação dos demais fatos elencados no requerimento que embasou a instauração desta CPMI”, afirmou a relatora em justificativa.

Requerimentos

Ainda nesta terça, a CPMI analisou e aprovou 21 requerimentos de convocação. Entre eles, a convocação do ex-ministro chefe do GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias; do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha; de Renato Martins Carrijo, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), responsável pela elaboração do laudo sobre o exame do local onde foi encontrado artefato explosivo próximo ao aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro; e do coronel Jean Lawand Junior, que pediu a Mauro Cid por um golpe em 2022, conforme revelou reportagem de VEJA.

Também estão na pauta requerimentos para a requisição ao STF de todos os documentos, processos e inquéritos decorrentes das investigações dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023. Outro requerimento pede que o Ministério Público Federal compartilhe informações referentes aos processos, inquéritos e investigações que tramitam no STF e nas instâncias inferiores, seja para apurar responsabilidades civis, seja criminais.

(Com Agência Senado)

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