A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, formada por deputados e senadores, aprovou nesta quinta-feira a convocação do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de fazer “jogo duplo” ao orientar delatores durante as negociações do acordo de colaboração premiada de executivos da empresa, e o procurador Ângelo Goulart Vilella, que foi preso após suspeita de vazar informações de operações que tinham como alvo a companhia.
Antes, o colegiado havia aprovado o convite (que pode ser recusado) do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e de seu ex-chefe de gabinete Eduardo Pelella. Os parlamentares também aprovaram a convocação dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, além do diretor de relações institucionais do grupo, Ricardo Saud, todos eles delatores.
A CPMI do JBS tem como foco apurar os negócios do grupo frigorífico com o BNDES e o acordo de delação premiada da empresa com a Procuradoria-Geral da República. Luciano Coutinho, que presidiu o banco estatal na gestão Dilma Rousseff (PT), também foi convocado.
Instalada no início de setembro, a comissão tem como presidente o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e como relator o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), ambos aliados do presidente Michel Temer (PMDB) , um dos principais alvos dos delatores da JBS – as acusações ajudaram a embasar duas denúncias da PGR contra o peemedebista. Os depoimentos dos convidados e convocados devem ocorrer na próxima semana.