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Com foco no Planalto em 2022, Moro fala em ‘força-tarefa’ contra a pobreza

Ato de filiação do ex-ministro ao Podemos serve como lançamento de pré-candidatura à Presidência, com a apresentação do esboço de um plano de governo

Por Tulio Kruse Atualizado em 10 nov 2021, 12h27 - Publicado em 10 nov 2021, 11h58

No longo discurso do ato de sua filiação ao Podemos nesta quarta-feira, 10, o ex-ministro Sergio Moro discursou como um candidato ao Palácio do Planalto em 2022 e esboçou o que seria um plano de governo caso realmente oficialize sua candidatura à Presidência da República. Moro falou por cerca de 50 minutos e lançou ideias para a erradicar a pobreza, investir em educação e proteger o meio ambiente.

O ex-ministro da Justiça elegeu a erradicação da miséria como prioridade no discurso, que serviu como uma espécie de lançamento de sua pré-candidatura. Ele, inclusive, já tem uma proposta de programa para essa área: a criação da Força-Tarefa de Erradicação da Pobreza. O nome lembra um dos modelos sob o qual funcionou a Operação Lava jato, as forças-tarefas do Ministério Público Federal, sendo a principal delas em Curitiba, onde Moro atuava como magistrado.

Como esperado, o ex-juiz da Lava Lato fez críticas tanto aos governos petistas quanto ao presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ele mandou prender, e o atual presidente, a quem acusou de interferência na Polícia Federal na sua tumultuada saída do ministério, são por ora os principais adversários de Moro na corrida ao Planalto.

No discurso, Moro não apenas atacou os casos de corrupção — assim como o abandono do combate a essa chaga no atual governo — , como também criticou as políticas de assistência social dos últimos anos. “Precisamos mais do que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família ou o Auxílio Brasil”, disse. “Às vezes isso pode ser uma coisa simples, como uma vaga no ensino, um tratamento de saúde ou uma oportunidade de trabalho”, discursou.

Na área da educação, Moro fez comentários mais genéricos sobre suas propostas. Ele defendeu equiparar a qualidade do ensino público aos colégios particulares, investir em tecnologia nas escolas e priorizar os municípios mais carentes na distribuição de verbas. “Eu, menino crescido no interior do Paraná, na minha querida Maringá, fiz tanto escola pública como privada. Na minha época, a qualidade de ensino era parecida, então é possível fazer com que seja de novo”, disse.

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Ministro do governo Bolsonaro até abril do ano passado, Moro criticou a condução da política ambiental. Ele disse que o País fez “tudo errado nos últimos anos” e que é necessário coibir o desmatamento e as queimadas ilegais na Amazônia. Ele defendeu fomentar a exploração de energias renováveis e a “criação de uma economia verde, sustentável e de baixo carbono”, com vistas à atração de investimento externo.

O discurso também deu pistas de como o pré-candidato deve se comportar em relação a temas como o modelo econômico, segurança pública, religião e costumes. Moro defendeu temas como responsabilidade fiscal e a manutenção do teto de gastos, e disse que políticas sociais como a erradicação da pobreza não são incompatíveis com o rigor nas contas públicas. Em outro aceno a empresários, disse que defender “o livre mercado, a livre empresa e a livre iniciativa, sem que o governo tenha que interferir em todos os aspectos da vida das pessoas”. Ao mesmo tempo, argumentou que isso não significa defender um “capitalismo cego”.

“O nosso senso de justiça, os nossos valores cristãos e que são compartilhados pelas outras religiões, exigem que as grandes desigualdades econômicas sejam superadas”, ele disse. O ex-ministro também falou sobre a necessidade de”proteger a família brasileira contra a violência, contra a desagregação e contra as drogas que ameaçam nossas crianças, jovens e adultos”.

Corrupção

Ao falar do combate à corrupção, Moro enquadrou escândalos de corrupção dos governos Lula, Dilma e Bolsonaro sob a mesma ótica. Em um recado à classe política, disse que a bandeira do combate à corrupção “não é um projeto de vingança ou de punição”. Entre as propostas para essa área, ele defendeu a prisão em segunda instância, a escolha das chefias do Ministério Público dentro da lista tríplice eleita por promotores e procuradores, e a criação de uma corte internacional anticorrupção.

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“Chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população”, discursou.

Moro fez propostas até mesmo para uma eventual reforma política: defendeu o fim da reeleição para cargos do Poder Executivo e o fim do foro privilegiado, em qualquer situação.

Após deixar claro que já faz rascunhos para um eventual plano de governo, o ex-ministro também disse que sua pré-candidatura não é irreversível. Ele opinou que há “bons nomes” no campo do centro em meio á disputa por vagas na eleição. Moro disse que os pré-candidatos que tentam se contrapôr a Lula e Bolsonaro precisam se unir em torno dos temas que ele apresentou no discurso.

“Nunca tive essa ambição, mas se for preciso o meu nome para essa liderança, estarei sempre à disposição”, disse Moro já no encerramento do discurso.

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