O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, criticou nesta terça-feira a possibilidade de o vice na chapa do PT, Fernando Haddad, participar dos debates eleitorais no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato oficial do partido ao cargo.
Lula está preso, após ter sido condenado no âmbito da Operação Lava Jato, e seu partido, o PT, tenta emplacar Haddad em seu lugar nas sabatinas e debates realizados pelas emissoras de televisão. “Quem é o candidato do PT à Presidência? É o Lula. Por que é que o Haddad vai para os debates? Compreende o que eu estou dizendo? Isso depende de mim? Então, o Bolsonaro pode mandar o general. É cada uma”, ironizou o pedetista. O próximo encontro entre os presidenciáveis será na próxima sexta-feira, 17, na RedeTV!.
“Somos bastante amigos, o problema não é ele [Haddad]. Sou amigo do Alckmin também”, afirmou, antes de justificar porque considera o partido do ex-prefeito como seu “adversário”. “O PT é muito fortemente responsável pelos problemas que estamos vivendo. Não foi o PT que escolheu Michel Temer? O PT escolheu Michel Temer”, complementou.
Ciro também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), que na semana passada aprovou uma proposta de reajuste para os salários dos próprios ministros. “É uma falta de respeito absoluta com o momento que estamos vivendo. Eu vetaria”, disse, na hipótese de vencer o pleito e a medida ser aprovada também no Congresso Nacional.
SPC
O candidato do PDT também voltou a rebater críticas de que sua proposta de limpar o nome dos brasileiros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) seria “rasa”. Ciro tem defendido a proposta de que o processo seria implantado por meio de negociações com os bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
“Rasa é a imprensa que não consegue compreender coisa séria. Você acha que um ex-governador, ex-prefeito de capital, ex-ministro da Fazenda vai fazer uma proposta que não seja minimamente detalhada? O meu problema é que os meus adversários estão imitando tudo. A crítica, para mim, não é ruim, é bem-vinda”, destacou o candidato.
“Por exemplo, vem da crítica a necessidade de eu já anunciar que essa providência só vale para aqueles que tiverem com nome sujo até 20 de julho passado (2018). Foi a crítica que me fez perceber que é importante dizer que essa medida só vale para trás e não para a frente, para não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito”, explicou.