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Chamado por Bolsonaro, Decotelli diz que continua ministro da Educação

Ele afirmou que conversaram sobre projetos e que explicou ao presidente as controvérsias envolvendo as titulações que colocou em seu currículo, mas não tem

Por Da Redação 29 jun 2020, 20h43
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  • O ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, que foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira 25, disse, em entrevista no início da noite desta segunda-feira, 29, ao deixar o Palácio do Planalto, que continua no cargo apesar das denúncias de que ele citou possuir titulações inexistentes no currículo que apresentou ao governo.

    Ele foi chamado ao Planalto para conversar com Bolsonaro e disse que o presidente não falou sobre a sua saída do cargo. “Nós falamos sobre projetos”, ao ser questionado pelos repórteres se o presidente havia prometido que ele ficaria no posto. “Sou ministro. Tenho trabalho agora e vou ficar até de noite sabe para quê? Para tentar corrigir os ajustes do Sisu, do Enem, demandas grandes”, disse, antes de encerrar a entrevista.

    Segundo ele, Bolsonaro o chamou ao Planalto porque queria saber sobre as acusações de que ele falsificou dados sobre o doutorado que teria feito na Universidade de Rosário (Argentina) – a faculdade negou – , um plágio cometido na tese de mestrado na FGV e um pós-doutorado na Universidade de Wuppertal (Alemanha), que também não fez, segundo a instituição. “Ele (Bolsonaro) queria saber sobre esse lastro de vida como professor. O que eu pretendo. E ele perguntou como é essa questão de detalhes acadêmicos,’ de doutorado, de pós-doutorado, de pesquisa, de mestrado, como é essa estrutura de inconsistências. Ele queria saber o que é isso”, disse.

    Numa entrevista confusa – na qual começava a falar sobre uma denúncia e depois entrava em reminiscências sobre sua vida acadêmica e pessoal (chegou a citar um episódio de racismo contra sua filha) -, Decotelli não conseguiu explicar nenhuma das acusações.

    Ele voltou a usar argumentos que já havia utilizado, como ao dizer que fez o curso de doutorado completo em Rosário, mas não chegou a apresentar a tese porque não teve condições financeiras para voltar à Argentina para a defesa. “Para efeitos de realidades locais, pelas leis argentinas, o registro, não foi feita a defesa de banca. Agora, o curso de pós-graduação, com todas as notas, com todas as disciplinas concluídas, todas aprovadas, todas registradas, cadernetas, frequências, todas as estruturas da Universidade de Rosário estão lá disponíveis”, disse, numa das respostas confusas.

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    Argumento semelhante ele usou para dizer que não concluiu o pós-doutorado na Alemanha, mas que a pesquisa resultante da orientação acadêmica que recebeu foi feita e está registrada no cartório da universidade. Tanto no caso de Rosário quanto no de Wuppertal ele colocou no seu currículo que tinha os respectivos títulos de pós-graduação.

    Sobre o plágio em tese de mestrado na FGV, ele disse que errou ao não perceber que era necessário dar crédito a uma citação – ele usou um trecho de um relatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sem fazer referência a isso. “Você tem que escrever, revisar e o que você citar (na tese) tem que ser mencionado. É possível haver distração?. Sim. Não houve plágio”, afirmou.

    Ele disse que explicou todas as controvérsias sobre as titulações que incluiu no seu currículo, mas não possui, e relatou que o presidente não pareceu incomodado com o episódio. “Ele não falou de constrangimento, ele falou que confia em projetos para ter o Brasil equalizado, com oportunidade para todos”, declarou.

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