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Coligações repensam estratégia de campanha após ataque a Bolsonaro

Presidente do PSL paulista, Major Olímpio, disse que brincou com a saúde do presidenciável: 'ele é um cavalão, se não, não teria resistido'

Por André Siqueira
Atualizado em 7 set 2018, 18h37 - Publicado em 7 set 2018, 13h16

Os candidatos à Presidência da República suspenderam a agenda de campanha após o ataque contra o deputado Jair Bolsonaro (PSL) e analisam possíveis mudanças na estratégia eleitoral. Ainda não se sabe com exatidão quanto tempo Bolsonaro, atingido por uma faca na região do abdômen nesta quinta-feira, 6, em Juiz de Fora (MG), precisará ficar afastado das ruas para se recuperar da cirurgia.

O presidente do PSL de São Paulo, Major Olímpio, afirmou que a cúpula do partido não está discutindo neste momento quando a campanha será retomada. “Não estamos discutindo nada sobre campanha, porque o quadro requer cuidados por aproximadamente 48 horas”, afirmou ele. “Tão logo ele esteja recuperado, retomaremos a campanha em todo o território nacional.”

Mas o PRTB, partido do candidato a vice-presidente, general Hamilton Mourão, divulgou nota informando que as legendas vão intensificar as negociações sobre a sequência da campanha presidencial. “A tendência é que Mourão assuma os compromissos de Bolsonaro”, afirma em nota.

De acordo com o PRTB, o esquema de segurança de Mourão será reforçado. A agenda de campanha do candidato de sábado foi suspensa, mas ele manteve a entrevista programada para esta sexta na GloboNews, às 22h30.

A campanha do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), que vinha mantendo duras críticas a Bolsonaro nas propagandas de rádio e TV, também está revendo sua estratégia, segundo o Blog do Noblat. A estratégia tucana será agora centrar fogo contra a campanha de Fernando Haddad (PT) para evitar que os eleitores insatisfeitos com o PT migrem seus votos para Bolsonaro.

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Segurança

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que haverá uma reunião neste sábado, 8, entre os chefes de segurança e os coordenadores de campanha dos presidenciáveis, com o objetivo de alinhar um protocolo se segurança a ser observado pelos candidatos.

Jungmann defendeu que os presidenciáveis façam as atividades de corpo a corpo com os eleitores, mas observando medidas de segurança. “Tem que evitar atitudes, como se tornar alvo extremamente visível, não se lançar sem controle sobre uma massa. Existem equipamentos, percursos, visibilidade que devem ser evitados. É preciso, de todos os candidatos, a co-responsabilidade e o compromisso em obedecer as recomendações”, reforçou.

Saúde de Bolsonaro

Olímpio foi um dos primeiros a visitar Bolsonaro no Albert Einstein. Ele pediu que a população se solidarize com a situação e disse que brincou com a resistência física do candidato. “Brincamos com ele dizendo que é um cavalão, se não não teria resistido”, disse Olímpio.

A médica Eunice Caldas Figueiredo Dantas, que atendeu Bolsonaro na Santa Casa de Juiz de Fora, diz que o candidato usará uma bolsa de colostomia pelo período de dois a três meses.

A médica informou ainda que Bolsonaro chegou ao hospital em estado de choque por causa do forte quadro hemorrágico e que poderia ter morrido se não fosse o pronto atendimento.

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Segundo ela, a prioridade imediata foi reverter o quadro de perda de sangue, estancando a hemorragia e fazendo uma transfusão, com o uso de quatro bolsas de sangue.

Eunice Caldas relatou ainda que, após a estabilização da pressão sanguínea, foi feita a intervenção na região do intestino, pois a perfuração por faca atingiu severamente o intestino grosso, que foi seccionado, com a necessidade de retirar 10 centímetros da área atingida.

A médica destacou que a intervenção cirúrgica foi de “grande porte”, mas que o paciente está com o quadro de saúde estável.

Em um vídeo divulgado pelo senador Magno Malta, que aparece orando pelo candidato, gravado na UTI da Santa Casa de Juiz de Fora, e divulgado em rede social, Bolsonaro diz que, ao ser esfaqueado, sentiu uma forte dor como se tivesse recebido uma bolada no estômago.

(Com Agência Brasil)

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