Buscamos quem fosse ‘nota 7 em tudo’, diz Bolsonaro sobre novo PGR
Segundo o presidente, Augusto Aras ocupará uma função 'bastante ingrata', mas não é 'nem muito para lá nem muito para cá'
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, 9, que buscou uma pessoa que fosse “nota 7 em tudo” para indicar o subprocurador Augusto Aras como o novo procurador-geral da República. Se aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Aras ocupará a vaga ocupada de Raquel Dodge, cujo mandato se encerra no dia 17 de setembro.
A declaração de Bolsonaro foi dado em sua transmissão semanal nas redes sociais. Na avaliação do presidente da República, Aras tem posições “serenas” sobre questões que o afetam direta ou indiretamente. “O compromisso que ele tem conosco e que tem com o Brasil é bem claro: não basta, apenas, ter alguém lá (na PGR) que combata a corrupção. Tem que combater a corrupção, tem. Tem também que ser sensível a outras questões”, disse.
Bolsonaro ressaltou que, caso o nome de Aras seja aprovado pela CCJ, ele pode declarar “divórcio” e não dar satisfações sobre sua atuação, uma vez que será escrutinado pela população. “Quero que o futuro PGR tenha, em uma mão, a bandeira do Brasil e na outra mão, a Constituição”, explicou o presidente. “Não queremos um chefe, um procurador-geral da República que pode fazer tudo, mas também não (queremos) aquele que não pode fazer nada”, acrescentou.
Aos 60 anos e membro do Ministério Público Federal (MPF) desde 1987, o soteropolitano Antonio Augusto Brandão de Aras é o primeiro indicado à PGR desde 2003 a não figurar na lista tríplice eleita pelos procuradores, em votação interna organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Bolsonaro aproveitou a ocasião para rebater críticas de seus eleitores pela escolha de Aras. “Atire a primeira pedra quem não tem nenhum pecado. Eu tinha que escolher um nome, em um universo que foi se reduzindo até que chegou no Augusto Aras”, disse.
No final de sua live, Bolsonaro agradeceu aos médicos da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), responsáveis por atendê-lo após a facada que recebeu de Adélio Bispo de Oliveira em um evento no primeiro turno das eleições do ano passado. Emocionado, o presidente voltou a dizer que os profissionais salvaram a sua vida. Nesta sexta-feira, 6, o atentado completa um ano.