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‘Brasil é virgem que todo tarado de fora quer’, diz Bolsonaro

Para presidente, europeus defendem preservação ambiental no país porque têm interesses e querem explorar Floresta Amazônica

Por Da Redação
Atualizado em 6 jul 2019, 22h43 - Publicado em 6 jul 2019, 22h42
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  • O presidente Jair Bolsonaro disse na noite deste sábado, 6, que os países da Europa defendem a preservação da Amazônia com o objetivo de explorá-la no futuro. “O Brasil é uma virgem que todo tarado de fora quer”, afirmou.

    A declaração foi dada quando o presidente deixava o Palácio da Alvorada, para participar de uma festa junina no Clube da Marinha.

    Bolsonaro foi questionado sobre as declarações do papa Francisco que, mais cedo, disse que a Floresta Amazônica sofre com uma mentalidade cega e destruidora que favorece o lucro. O presidente afirmou acreditar que, para os países europeus, a região não é dos brasileiros, e que existe um interesse externo em se criar “novos países” dentro do Brasil.

    “Você sabe o que é Triplo A? Andes, Amazônia, Atlântico. São 136 milhões de hectares. O primeiro mundo quer para eles a administração dessa área”, afirmou Bolsonaro aos jornalistas presentes na frente do Palácio da Alvorada.

    Na quinta-feira 4, Bolsonaro já havia criticado supostas tentativas estrangeiras de interferir na política ambiental brasileira. O presidente afirmou que Alemanha e França não têm “autoridade para discutir questão ambiental”.

    Segundo ele, durante a reunião de cúpula do G20, no Japão, ele convidou o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel para sobrevoar a Amazônia. “Se eles encontrarem um km² de desmatamento entre Boa Vista e Manaus, concordaria com eles na questão ambiental. Sobrevoei a Europa, já por duas vezes, e não encontrei um km² de floresta”, afirmou.

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    “Diante disso, Merkel e Macron não têm autoridade para discutir questão ambiental com o Brasil”, completou o presidente.

    Antes da reunião de cúpula do G20, Angela Merkel reprovou as políticas ambientais do governo brasileiro e afirmou que desejava ter uma “discussão clara” com Bolsonaro. Em resposta, o presidente disse que os alemães “têm a aprender muito conosco”.

    O líder brasileiro também sofreu pressão de Macron, que condicionou a assinatura do acordo de livre-comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul à permanência do Brasil no Acordo de Paris para o clima.

    Reforma da Previdência

    Bolsonaro também foi questionado neste sábado sobre a proposta de reforma da Previdência que tramita na Câmara. O presidente fez nova defesa das mudanças propostas para atender ao pleito de policiais federais e rodoviários federais.

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    A questão tem gerado impasse na Casa, sendo que Bolsonaro vem se posicionando a favor de regras mais brandas de transição para os policiais.

    Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre os motivos de defender os policiais na reforma. Em um primeiro momento, o presidente afirmou apenas que “a bola está com o Parlamento”.

    Na sequência, ele foi questionado sobre por que motivo a categoria dos professores não recebeu a mesma defesa. “Todo mundo vai ter que dar sua cota de contribuição, uns mais, outros menos”, respondeu Bolsonaro. “Costumo dizer que certas carreiras, como a dos policiais, são tão boas que a gente não vê nenhum parlamentar, nenhum empresário, com filho lá, nessa carreira”, ironizou o presidente na sequência.

    Segundo Bolsonaro, a defesa dos policiais dentro da reforma da Previdência não representa um “privilégio”. “Olha quem está do meu lado aqui? São militares”, disse Bolsonaro, que estava acompanhado de integrantes de sua segurança pessoal. “Ficam de segunda a domingo comigo, não têm hora extra, não têm hora para nada, tiram plantão a noite toda”, enumerou. “O que eu fico chateado é que alguns falam de privilégio de policial. Policial não tem privilégio.”

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    Bolsonaro qualificou ainda o pleito dos policiais federais e rodoviários federais na reforma como uma “pequena questão a se acertar”.

    A proposta de reforma aprovada na comissão especial da Câmara prevê pedágio de 100% sobre o tempo que ainda falta para os trabalhadores se aposentarem, no caso daqueles que estão próximos da aposentadoria. Os policiais federais são contrários a este pedágio de 100% e vinham defendendo um porcentual de 17% para a categoria – o mesmo proposto para os militares, em projeto que está parado na Câmara.

    No início da tarde deste sábado, após reunião com líderes partidários em sua residência oficial, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), colocou-se a favor do pedágio de 100%. Segundo ele, caso uma categoria seja beneficiada em detrimento de outras, o processo de votação da reforma nesta semana, no plenário da Câmara, pode se desorganizar.

    (Com Estadão Conteúdo)

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