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Bolsonaro ‘vai tomar uma surra do povo brasileiro no domingo’, diz Haddad

Presidenciável do PT discursou para uma multidão em comício no Largo da Batata, na Zona Oeste de São Paulo: 'Ele está a duas entrevistas da derrota'

Por Agência Brasil 24 out 2018, 23h44

Em seu último grande comício na cidade de São Paulo, chamado de Virada pela Democracia, nesta quarta-feira (24) à noite, o candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) fez um discurso otimista para uma multidão no Largo da Batata, na Zona Oeste da capital paulista, no ato chamado Virada pela Democracia.

Segundo o presidenciável, a cada entrevista que Jair Bolsonaro (PSL) concede, ele cai mais nas pesquisas. “Pelas minhas previsões, eu sou economista também, como vocês sabem, ele está a duas entrevistas da derrota. Fala Bolsonaro, fala o que você pensa. Se você não quer me enfrentar (em debates), fala só o que você pensa. Você vai tomar uma surra do povo brasileiro no domingo.”

O candidato do PT comentou entrevista do rival à TV Cidade Verde, do Piauí. “(Bolsonaro) disse que mulheres, negros, gays e nordestinos têm que deixar de se fazer de coitados. Eu quero dizer ao Bolsonaro, eu não tive a oportunidade de confrontá-lo, esse fujão, que coitado é ele, que é o parlamentar mais improdutivo da história desse país. Vinte e oito anos sem fazer nada, a não ser fomentar ódio e intolerância a cada discurso que faz”, acrescentou.

Periferias

Atrás do rival nas pesquisas, com 14 pontos porcentuais de diferença, de acordo com o mais recente levantamento do Ibope, o petista afirmou que seu partido precisa se reconectar com as periferias. Em sua opinião, isso foi feito na capital paulista, onde figura à frente do adversário na preferência do eleitorado.

“Tem que se reconectar com a dor das pessoas que estão sofrendo. Aqui em São Paulo, nós já passamos Bolsonaro, porque essa reconexão já foi feita de maneira mais fácil. Todo o hip-hop está conosco e nós vamos ganhar essa eleição”, disse. A pesquisa aponta que ele tem 51% contra 49% do adversário na preferência do eleitorado paulistano.

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No comício em São Paulo, o movimento hip-hop foi representado pelo rapper Emicida. No dia anterior, o movimento cultural também participou do ato do candidato, realizado no Rio de Janeiro, com a participação de Mano Brown. O evento foi marcado pela crítica do artista ao PT. O ato em São Paulo também teve a participação de Guilherme Boulos, candidato do PSOL derrotado no primeiro turno, e de líderes de movimentos sociais.

No discurso, o candidato do PT ressaltou o apoio que recebeu do ex-presidente do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman. Para Haddad, isso é mais uma mostra que o país já percebeu que o rival representa risco ao futuro nacional.

Voto dos evangélicos

Haddad disse ainda que os evangélicos, que em grande parte apoiaram seu concorrente no primeiro turno, estão mudando de opinião. Segundo ele, o discurso de Bolsonaro está afastando os fiéis, e os aproximando de sua candidatura.

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“O evangélico sabe qual o significado que a palavra ‘verdade’ tem na Bíblia. E sabe também o que significa a palavra ‘mentira’. Quando meu adversário começou a mentir, os evangélicos se sentiram traídos. É isso que está impulsionando o voto evangélico. Eles estão perdendo a confiança no que Bolsonaro diz”, afirmou.

O Ato da Virada pela Democracia, convocado pela Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, contou com simpatizantes do candidato do PT, membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e de integrantes de grupos sociais, como a Marcha Mundial das Mulheres, o Levante Popular da Juventude e o Ditadura Nunca Mais.

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