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Bolsonaro se esquiva sobre ministro do Turismo e diz aguardar investigação

Nesta quinta-feira, Marcelo Álvaro Antônio desistiu de recurso por foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal

Por Reuters Atualizado em 8 mar 2019, 16h53 - Publicado em 8 mar 2019, 16h34
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  • Se Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral da Presidência poucos dias depois de ter sido citado nas suspeitas de candidaturas “laranjas” do PSL em Pernambuco, o mesmo não se pode dizer do titular do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

    Questionado sobre a situação do ministro, envolvido na investigação sobre outros casos em Minas Gerais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se esquivou. “Deixa as investigações continuarem”, disse Bolsonaro, ao fim de uma entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto após receber formalmente seis novos embaixadores estrangeiros no Brasil.

    Na noite desta quinta-feira, 7, Marcelo Álvaro desistiu de um controverso recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que o caso era conexo ao seu mandato como deputado federal e, portanto, ele teria direito ao foro privilegiado. O pleito já havia sido recusado pelo ministro Luiz Fux, do STF. O ministro ainda insistiu mas, diante da repercussão negativa, retirou a demanda.

    Em nota, Marcelo Álvaro Antônio justificou que o segundo pleito foi feito por sua defesa, “decisão unilateral e sem a anuência ou concordância” do ministro. A defesa diz ter seguido orientações do seu cliente.

    A Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais investiga se quatro candidatas inscritas pelo partido, ao qual também pertence Bolsonaro, foram utilizadas como “laranjas” para desviar dinheiro público do Fundo Eleitoral. Apesar de terem obtido baixíssimas votações, entre 196 e 885 votos, as candidatas receberam entre 60.000 e 72.000 reais do PSL.

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    A combinação de baixas votações com repasses volumosos são características típicas de candidaturas chamadas de “laranjas”, aquelas que não tem objetivo real de buscar uma vitória eleitoral e são apresentadas apenas para objetivos partidários escusos, como, por exemplo, cumprir a cota mínima de mulheres candidatas ou simular doações fraudulentas de partidos políticos.

    Nesta quinta-feira, 7, o ministro – já citado como o responsável, enquanto dirigente partidário, de fazer os repasses considerados suspeitos – foi acusado pela ex-candidata Zuleide Oliveira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, de tê-la diretamente convidado para integra o esquema em reunião. Marcelo Álvaro nega todas as acusações.

    Em notas ao longo do escândalo, o ministro do Turismo afirmou que “a distribuição do Fundo Partidário do PSL em Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei” e que não tem responsabilidade sobre como as ex-candidatas gastaram os recursos. Sobre Zuleide, disse que ela mente sobre o conteúdo do encontro com ele e afirma que vai processá-la.

    (Com Reuters)

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