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Bolsonaro pede união e critica prefeituras: ‘Não posso governar sozinho’

Presidente eleito diz que pretende mostrar ‘humildade’ e ‘vontade de governar junto o Brasil’; para ele, prefeitos demitiram médicos para contratar cubanos

Por Da Redação 18 nov 2018, 20h58
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  • O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse neste domingo, 18, que não pode “governar sozinho” e que tem “humildade” para dialogar com outros órgãos e outros poderes da República na tentativa de resolver os problemas do país.

    Ele afirmou que terá uma agenda intensa na terça-feira, 20, para conversar com representantes de outras instituições. “Temos que nos unir. Não posso governar sozinho. O Executivo, apesar de falarem que é um poder independente, em grande parte depende do parlamento brasileiro. Temos que nos aproximar e muito do parlamento”, disse.

    Na sexta-feira, 9,, ele desmarcou encontros que teria com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vai tentar a reeleição para o cargo, e Eunicio Oliveira (MDB-CE), que não foi reeleito.

    Também na terça-feira, ele afirmou que irá ao Tribunal de Contas da União e à Controladoria-Geral da União. “Esta semana continuam mais visitas protocolares às instituições para demonstrar, não só nossa humildade, bem como a vontade de governar junto o Brasil.”

    Antes, Bolsonaro disse que espera apoio das prefeituras para resolver a primeira grande crise de seu governo: a saída do país de mais de 8.000 médicos cubanos depois que ele colocou exigências para a permanência deles no programa Mais Médicos, como a validação de seus diplomas no Brasil.

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    Segundo ele, alguns prefeitos, que reclamam da saída dos cubanos, querem se eximir de responsabilidades. “A prefeitura mandou embora seu médico para pegar um cubano. Quer ficar livre da responsabilidade. A Saúde [municipal] também tem sua responsabilidade”, afirmou.

    Ele também voltou a pedir ajuda ao presidente Michel Temer (MDB) para adiantar a substituição dos médicos cubanos – o governo federal vai abrir um edital para recrutar profissionais. “Eu não sou presidente. Dia 1º de janeiro, após a posse, nós vamos apresentar o remédio para isso, mas o presidente Temer já está trabalhando nesse sentido”, disse.

    O presidente eleito reiterou o que disse há dois dias, lembrando que muitos cubanos deixam para trás as famílias, pois não podem trazê-las para o Brasil e são obrigados a repassar 70% dos salários para o governo de Cuba. “Não podemos admitir escravos cubanos no Brasil nem continuar alimentando a ditadura cubana também”.

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    Reações

    A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) divulgou nota neste domingo alertando sobre o impacto da saída dos médicos cubanos. O grupo cita a presença dos profissionais em 2,8 mil municípios e destaca que em 611 municípios todos os médicos atuantes eram cubanos.

    De acordo com a entidade, as dificuldades de lotação e fixação de médicos em áreas de difícil acesso ou de alta vulnerabilidade social é um problema histórico e estrutural do sistema de saúde brasileiro que começou a melhorar em 1994, com a implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) e especialmente em 2013, quando foi criado Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB).

    Ao elencar os avanços do programa, a Abrasco ainda cita uma série de sugestões de medidas para que o governo evite prejuízos à população como a imediata negociação com Cuba, a abertura do processo de chamada pública de médicos para as vagas desocupadas pelos cubanos e a implantação de proposta de carreira pública para os profissionais de saúde que optarem pela dedicação ao SUS.

    (Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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