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Bolsonaro oferece jantar de despedida dos EUA na Blair House

Presidente se mostrou orgulhoso de seus resultados, mas comunicado conjunto do encontro com Trump trouxe muitas concessões do lado do Brasil

Por Julia Braun, de Washington, D.C.
Atualizado em 19 mar 2019, 23h18 - Publicado em 19 mar 2019, 22h57
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  • Em um jantar oferecido na Blair House, onde esteve hospedado em Washington, o presidente Jair Bolsonaro comemorou o que seu governo considera como uma viagem muito proveitosa aos Estados Unidos, apesar de algumas grandes concessões unilaterais do Brasil.

    O brasileiro recebeu, além de sua comitiva, autoridades da área de segurança e militar americana, jornalistas e empresários. John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, estava no evento.

    Após o encontro, o presidente deixou os Estados Unidos. A sua aeronave decolou às 21h18 do horário local (22h18 no Brasil) da Base Aérea de Andrews, com destino a Brasília.

    O jantar

    Os convidados foram organizados em várias mesas na casa de hóspedes oficial do governo americano. Bolton, o ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o embaixador do Brasil nos Estados Unidos Sergio Amaral se sentaram ao lado do presidente.

    Segundo uma fonte presente no jantar, Bolsonaro fez um grande brinde, no qual agradeceu a todos pela participação na visita e afirmou que o dia em que se encontrou com Donald Trump na Casa Branca “foi histórico”.

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    O brasileiro estava claramente feliz e empolgado com a sua reunião com o republicano. O governo considera todos os acordos e compromissos negociados muito positivos e proveitosos para o Brasil.

    O comunicado conjunto do encontro, contudo, trouxe mais concessões do lado de Bolsonaro do que as anunciadas por ele à imprensa.

    Em troca do apoio dos Estados Unidos ao ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que antes Washington barrava, o governo Bolsonaro concordou em renunciar ao tratamento especial e diferenciado reservado ao país, em sua condição de economia em desenvolvimento, nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).

    Além dos ministros que acompanham Bolsonaro em sua comitiva e funcionários do Itamaraty e outros órgão do governo, participaram do jantar desta noite o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, e o ex-secretário de Estado adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Roger Noriega, também estavam.

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    Os demais convidados foram o general James Logan Jones, o almirante Craig Faller, o ex-secretário do Tesouro americano Henry Paulson, a ex-conselheira de Segurança Interna Frances Townsend, o ex-assessor das antigas secretárias de Estado Condoleezza Rice e Hillary Clinton Jared Cohen, o jornalista Fred Kempe, entre outros.

    Bolsonaro participou de uma reunião privada com Paulson na segunda-feira 18. Os resultados do encontro não foram divulgados oficialmente.

    Encontro com lideranças religiosas

    Antes do jantar na Blair House, o presidente brasileiro concedeu uma entrevista à emissora americana evangélica Christian Broadcasting Network (CBN) e participou de um encontro oficial com lideranças religiosas.

    Entre os principais convidados estavam o CEO e o fundador da CBN, Gordon e Pat Robertson, respectivamente. O líder do Christ for all Nations, um ministério evangelístico internacional, Reinhard Bonnke, o pastor sênior da Igreja Batista Thomas Road da Virgínia, Jonathan Falwell, e outros presidentes e representantes da imprensa cristã americana também estavam presentes.

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    Visita ao Cemitério de Arlington

    Após seu encontro com Trump na Casa Branca, Bolsonaro partiu direto para o Cemitério Nacional de Arlington, onde estão sepultados muitos veteranos de guerra dos Estados Unidos.

    Jair Bolsonaro
    O presidente da República, Jair Bolsonaro, carrega coroa de flores durante visita ao Cemitério Nacional de Arlington, localizado no estado americano da Virgínia – 19/03/2019 (Jonathan Ernst/Reuters)

    O presidente depositou flores no chamado túmulo ao soldado desconhecido, onde estão os restos mortais não identificados de americanos mortos nas grandes guerras mundiais, na guerra do Vietnã e na da Coreia.

    No Cemitério de Arlington também estão sepultados políticos americanos importantes, como o ex-presidente John F. Kennedy e seu irmão Ted Kennedy. A visita ao local é tradicional para chefes de Estado que viajam aos Estados Unidos.

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