Em um jantar oferecido na Blair House, onde esteve hospedado em Washington, o presidente Jair Bolsonaro comemorou o que seu governo considera como uma viagem muito proveitosa aos Estados Unidos, apesar de algumas grandes concessões unilaterais do Brasil.
O brasileiro recebeu, além de sua comitiva, autoridades da área de segurança e militar americana, jornalistas e empresários. John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, estava no evento.
Após o encontro, o presidente deixou os Estados Unidos. A sua aeronave decolou às 21h18 do horário local (22h18 no Brasil) da Base Aérea de Andrews, com destino a Brasília.
O jantar
Os convidados foram organizados em várias mesas na casa de hóspedes oficial do governo americano. Bolton, o ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o embaixador do Brasil nos Estados Unidos Sergio Amaral se sentaram ao lado do presidente.
Segundo uma fonte presente no jantar, Bolsonaro fez um grande brinde, no qual agradeceu a todos pela participação na visita e afirmou que o dia em que se encontrou com Donald Trump na Casa Branca “foi histórico”.
O brasileiro estava claramente feliz e empolgado com a sua reunião com o republicano. O governo considera todos os acordos e compromissos negociados muito positivos e proveitosos para o Brasil.
O comunicado conjunto do encontro, contudo, trouxe mais concessões do lado de Bolsonaro do que as anunciadas por ele à imprensa.
Em troca do apoio dos Estados Unidos ao ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que antes Washington barrava, o governo Bolsonaro concordou em renunciar ao tratamento especial e diferenciado reservado ao país, em sua condição de economia em desenvolvimento, nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além dos ministros que acompanham Bolsonaro em sua comitiva e funcionários do Itamaraty e outros órgão do governo, participaram do jantar desta noite o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, e o ex-secretário de Estado adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Roger Noriega, também estavam.
Os demais convidados foram o general James Logan Jones, o almirante Craig Faller, o ex-secretário do Tesouro americano Henry Paulson, a ex-conselheira de Segurança Interna Frances Townsend, o ex-assessor das antigas secretárias de Estado Condoleezza Rice e Hillary Clinton Jared Cohen, o jornalista Fred Kempe, entre outros.
Bolsonaro participou de uma reunião privada com Paulson na segunda-feira 18. Os resultados do encontro não foram divulgados oficialmente.
Encontro com lideranças religiosas
Antes do jantar na Blair House, o presidente brasileiro concedeu uma entrevista à emissora americana evangélica Christian Broadcasting Network (CBN) e participou de um encontro oficial com lideranças religiosas.
Entre os principais convidados estavam o CEO e o fundador da CBN, Gordon e Pat Robertson, respectivamente. O líder do Christ for all Nations, um ministério evangelístico internacional, Reinhard Bonnke, o pastor sênior da Igreja Batista Thomas Road da Virgínia, Jonathan Falwell, e outros presidentes e representantes da imprensa cristã americana também estavam presentes.
Visita ao Cemitério de Arlington
Após seu encontro com Trump na Casa Branca, Bolsonaro partiu direto para o Cemitério Nacional de Arlington, onde estão sepultados muitos veteranos de guerra dos Estados Unidos.
O presidente depositou flores no chamado túmulo ao soldado desconhecido, onde estão os restos mortais não identificados de americanos mortos nas grandes guerras mundiais, na guerra do Vietnã e na da Coreia.
No Cemitério de Arlington também estão sepultados políticos americanos importantes, como o ex-presidente John F. Kennedy e seu irmão Ted Kennedy. A visita ao local é tradicional para chefes de Estado que viajam aos Estados Unidos.