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Bolsonaro não estará no segundo turno, diz Alckmin em SP

Questionado sobre aliança com Marina Silva, tucano respondeu que não cometeria "indelicadeza", mas declarou "gostar" da ex-ministra

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2018, 17h11 - Publicado em 5 jun 2018, 14h00
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  • O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, declarou nesta terça feira, 5, que acredita que o deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, não estará no segundo turno da disputa presidencial. Representante da direita no pleito, Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto em cenários que não levam em conta a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há quase dois meses em Curitiba.

    “Acho que ele [Bolsonaro] não chega no segundo turno. Vocês se impressionam com pesquisa antes da hora. Eleição vai começar depois que você souber quem são os candidatos, depois que a acabar a Copa do Mundo e depois de uma ou duas semanas de [propaganda em] rádio e TV”, afirmou Alckmin a jornalistas, depois de um encontro com representantes da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB), em São Paulo.

    Com o avanço de Jair Bolsonaro na preferência de eleitores do PSDB, sobretudo no Sudeste e em São Paulo, mostrado por pesquisas, Geraldo Alckmin tem centrado ataques públicos ao deputado e modulado seu discurso para atingir o eleitor seduzido por ele. O tucano já defendeu publicamente, por exemplo, que o porte de armas no campo seja facilitado, uma das bandeiras do pré-candidato do PSL.

    Diante das informações, divulgadas pelo portal Poder 360, de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) trabalha por uma aliança entre Alckmin e a ex-ministra Marina Silva, pré-candidata da Rede Sustentabilidade, o ex-governador de São Paulo disse que seria uma “indelicadeza” falar sobre o assunto, mas elogiou o “espírito público” de Marina e declarou que “gosta” dela.

    “Tenho grande respeito pela Marina desde a época que ela foi ministra do governo federal. É uma pessoa correta, idealista, tem espírito público. Independente de disputar ou não, uma pessoa pela qual tenho até apreço pessoal, gosto do estilo da Marina”, disse o tucano.

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    “(Marina) É uma pessoa lúcida, amadurecida, tem convicções, mas não tem radicalismos. Eu gosto da Marina, da forma como ela fala”, continuou ele, que diz ver a ex-ministra mais aberta ao diálogo na campanha deste ano.

    Em uma nota divulgada nesta terça, Marina Silva nega que tenha sido procurada para discutir uma aliança centrista e ressalta que tem buscado “quebrar a polarização” política no país. “Desde 2010 que, em consonância com o desejo de mudança que perpassa diversos setores da sociedade brasileira, venho fazendo o esforço de quebrar a polarização que levou o país a essa grave crise. Nossa pré-candidatura em 2018 continua na mesma direção: de independência à polarização e a favor do Brasil”, afirma a líder da Rede.

    Sobre o documento “Por um pólo democrático e reformista”, que será lançado nesta terça-feira, em Brasília, em defesa da convergência de partidos de centro na eleição, Geraldo Alckmin classificou o manifesto como uma “convocação cívica” e um “marco” para diminuir a fragmentação no campo político.

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    “O documento é um marco importante para evitar uma fragmentação muito grande, discutir propostas e buscar um mínimo e convergência. Não vai ter de todos, mas se conseguir um pouco é bom, diminui um pouco a fragmentação”, declarou.

    O documento tem entre os signatários o ex-presidente FHC, Aloysio Nunes Ferreira, tucano à frente do Ministério das Relações Exteriores, Marcus Pestana, deputado federal e secretário-geral do PSDB, o senador Cristovam Buarque (DF) e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, ambos do PPS, além de políticos de partidos como DEM, PSD, PV e PTB, economistas e acadêmicos.

    Segundo Pestana, um dos idealizadores do documento, o grupo vai procurar pelos pré-candidatos Rodrigo Maia (DEM), Henrique Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos), João Amoedo (Novo) e Paulo Rabello de Castro (PSC), além de Geraldo Alckmin e Marina Silva.

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