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Bolsonaro fecha acordos comerciais e ideológicos na Hungria

Compra de aviões e alinhamento de pautas, como a defesa da família, foram tema de encontro com Viktor Orbán

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 17 fev 2022, 10h51 - Publicado em 17 fev 2022, 10h07
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  • O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán se reuniram na manhã desta quinta-feira, 17, em Budapeste. Os dois países firmaram tratados de cooperação nos campos militar e comercial. A Hungria anunciou a compra de dois aviões cargueiros da Embraer.

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    Ao contrário do que aconteceu na visita ao presidente russo, Vladimir Putin, em que o Bolsonaro obedeceu um protocolo mais rígido, a conversa entre os dois mandatários foi descontraída, com o presidente brasileiro tocando no tema de um possível conflito entre Rússia e Ucrânia: “Uma guerra não interessa a ninguém”, disse.

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    Bolsonaro também fez questão de destacar o alinhamento ideológico que mantém com o premiê húngaro, um líder da extrema direita na Europa. Chamando Orbán de irmão, com quem se alinha em todos os aspectos, o presidente fez questão de defender a família formada apenas por homens e mulheres, sem abrir espaço para uniões homoafetivas. “Uma família bem estruturada faz uma sociedade sadia”, disse. Em sua fala, Orbán já tinha destacado que o país não pretende abrir mão do que chamou de tradição.

    O presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento conjunto com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em Budapeste
    O presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento conjunto com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em Budapeste (TV Brasil/Reprodução)

    Antes da reunião, Bolsonaro depositou flores em um monumento erguido em homenagem aos heróis húngaros. Como ocorreu na Rússia, o mausoléu é dedicado aos combatentes que lutaram pelo país durante o período do regime comunista. Perguntado sobre o fato de depositar flores no túmulo de quem defendeu esse tipo de governo, o presidente foi categórico: “Soldado é soldado”.

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    O Brasil tem poucas relações comerciais com a Hungria e a visita de Bolsonaro se presta muito mais a objetivos políticos, tendo em vista que o Orbán é considerado um dos líderes de uma aliança informal de extrema direita que o governo se esforça para formar. No cenário internacional, o bloco conta ainda com o presidente da Polônia, Andrezj Duda, e o ex-presidente americano, Donald Trump.

    Ao longo de quase doze anos de governo, Orbán tomou medidas para controlar o judiciário e o parlamento da Hungria, radicalizando contra a oposição e impondo leis contra minorias, principalmente os homossexuais. O governo do primeiro-ministro se orgulha de ser a primeira “democracia anti-liberal” da Europa, o que rendeu conflitos no parlamento da União Europeia e até a proposição de sanções por outros estados-membros.

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    Internamente, Orbán enfrenta dificuldades. O premiê ira concorrer a mais uma reeleição em abril, mas tem encontrado mais dificuldades do que o habitual. Seu adversário Peter Márky-Záy, um conservador independente, tem chances reais de vitória. Nas pesquisas, Orbán aparece apenas 3 pontos percentuais á frente de Zay.

    Bolsonaro fez questão de manter a visita, mesmo após tomar conhecimento do desastre em Petrópolis, que matou mais de cem pessoas e deixou muitas famílias desabrigadas. A avaliação interna do Planalto é que o presidente precisa manter sua base mais radical mobilizada para as eleições de outubro. Bolsonaro planeja visitar a região atingida pelas chuvas na sexta-feira, após o seu retorno ao Brasil.

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