Bolsonaro faz discurso de campanha e ataca corrupção do PT
Sabemos que temos pela frente uma luta do bem contra o mal, afirmou o presidente em referência ao adversário Lula
![BRASILIA, BRAZIL - SEPTEMBER 07: Brazil's President Jair Bolsonaro speaks during a military parade to celebrate the bicentennial independence of Brazil, in Brasilia, Brazil on September 7, 2022. (Photo by Mateus Bonomi/Anadolu Agency via Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/GettyImages-1243022455.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Contrariando em parte expectativas de que dificilmente iria conter menções mais ácidas ao Supremo Tribunal Federal (STF), a quem tem destilado ataques cada vez que se sente politicamente acusado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) moderou uma parcela do discurso contra a Suprema Corte nas celebrações do bicentenário do Dia da Independência – embora tenha mantido estocadas e críticas à Corte e referências às “quatro linhas da Constituição” –e optou por centrar a artilharia nos governos do PT e em focos de corrupção protagonizadas por seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT). Em forte tom de campanha, o que pode levá-lo a perturbações jurídicas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro disse que trava uma “luta do bem contra o mal” e afirmou que oponente e seus apoiadores “não voltarão”.
“Somos uma pátria majoritariamente cristã que não quer a liberação das drogas, que não quer a legalização do aborto (…) e que combate a corrupção para valer. Isso não é virtude, é obrigação de qualquer chefe do Executivo. Sabemos que temos pela frente uma luta do bem contra o mal, um mal que perdurou por 14 anos, que quase quebrou a nossa pátria e que agora deseja voltar à cena do crime. Não voltarão, o povo está do nosso lado, o povo está do lado do bem, o povo sabe o que quer”, discursou.
Interrompido por gritos de apoio em um gramado repleto de apoiadores, Bolsonaro pausou o discurso para ouvir em uníssono – “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” – que boa parte dos presentes na Esplanada dos Ministérios entoava. Na sequência, não se furtou em falar da proximidade com o segundo turno e pediu que seus eleitores convençam outros brasileiros do que, segundo ele, “é melhor para o nosso Brasil”. “A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil”, disse.
Seguindo em parte a instrução de conselheiros próximos, como o ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, que articularam nas últimas semanas uma tentativa de distensionar a relação do Executivo com o STF, em especial com o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que acossam a família presidencial, Jair Bolsonaro fez menções à Corte e à necessidade de autoridades jogarem “dentro das quatro linhas da Constituição”, mas não atacou ou xingou diretamente nenhum dos magistrados. Ao contrário de 2021, quando emparedou o presidente do STF Luiz Fux e o próprio Moraes, desta vez o mandatário optou por um tom já adotado em outros discursos ao longo do país. Ele disse que, em seu governo, os brasileiros conheceram o que é o STF, instituição com quem o presidente protagonizou inúmeros desentendimentos desde que o primeiro ano de governo, e declarou que “podem ter certeza: é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos aqueles que ousam ficar de fora dela”.
“Hoje todos sabem quem é o poder Executivo. Hoje todos sabem o que é Câmara dos Deputados. Todos sabem o que é o Senado Federal. E também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal””, completou.
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