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“Eu amo Israel”, afirma Bolsonaro ao desembarcar para visita de 3 dias

Presidente repetiu frase duas vezes em hebraico, mas em uma delas se equivocou e disse algo sem sentido; brasileiro tem encontro com Netanyahu ainda hoje

Por Julia Braun, de Tel Aviv
Atualizado em 31 mar 2019, 11h07 - Publicado em 31 mar 2019, 04h27

O presidente Jair Bolsonaro desembarcou neste domingo, 31, em Israel para uma visita presidencial de três dias. O avião brasileiro chegou ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, por volta das 10h do horário local (4h em Brasília), sob forte chuva.

Bolsonaro foi recebido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Esta é a quinta vez em seus 10 anos como premiê que o israelense participa da cerimônia oficial de chegada de um de seus convidados.

Em seu discurso durante o evento, o presidente brasileiro agradeceu seus anfitriões e afirmou em hebraico: “Eu amo Israel”. Ao final do pronunciamento, Bolsonaro voltou a repetir a frase, mas cometeu um erro e acabou dizendo algo sem sentido.

Ao lado de Netanyahu, o líder brasileiro disse ainda acreditar que as duas nações podem “alcançar grandes feitos” juntas e se referiu a Israel como “nosso Estado de Israel”.

“A amizade entre nossos povos é histórica, tivemos um pequeno momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz e voltamos”, afirmou ao primeiro-ministro israelense, a quem chamou de “amigo” e “irmão”.

Em seu discurso, o presidente também fez diversas referências religiosas. Caracterizou sua recuperação após o atentado em setembro de 2018 e sua eleições como “milagres” e relembrou sua viagem há dois anos ao rio Jordão, onde segundo ele conquistou “uma fé verdadeira que me acompanha pelo resto da vida”.

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Como costuma fazer em seus pronunciamentos, citou o versículo 32 do capítulo 32 do Evangelho segundo João, da Bíblia: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Já Netanyahu afirmou que ele e Bolsonaro estão “fazendo história juntos”. “O Brasil é um país enorme com potencial enorme. Eu acredito que sobre a sua liderança todo esse potencial será realizado”, disse o israelense ao presidente brasileiro, em hebraico.

“Você chegou a Israel em um momento tenso, por isso eu instruí que as Forças Armadas israelenses saíssem, incluindo tanques, e se formos chamados a isso nos engajaremos em uma campanha pelo segurança de Israel”, completou, se referindo aos recentes bombardeios lançados de Gaza.

Cerimônia

Após descer do avião, antes dos pronunciamentos, o presidente foi homenageado com honras militares e com o hino nacional. Ele também fez revistas das tropas da Guarda de honra israelense.

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Bolsonaro foi recebido ainda dentro da aeronave presidencial pelo embaixador do Brasil em Israel, Paulo Cesar Meira de Vasconcellos, e pelo chefe do cerimonial do governo do país anfitrião.

Após a cerimônia no aeroporto, ele foi escoltado junto com sua comitiva até o hotel onde está hospedado em Jerusalém, próximo à Cidade Velha, onde estão alguns dos marcos turísticos e religiosos mais importantes do país. As ruas em torno do hotel foram decoradas com bandeiras do Brasil e de Israel para a ocasião.

Ainda neste domingo o presidente tem encontro marcado com o primeiro-ministro Netanyahu. Com o premiê devem ser discutidos temas relacionados a cooperação tecnológica e nas áreas comercial e de segurança.

A transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém deve ser abordada pelos israelenses, que esperam uma decisão do Brasil desde que Bolsonaro anunciou sua intenção de concretizar a mudança no ano passado.

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Na quinta-feira 28 o presidente afirmou que, por enquanto, considera a instalação de um escritório de negócios na cidade santa, ao invés da transferência da embaixada. A hipótese da mudança, contudo, não foi totalmente descartada.

Bolsonaro viaja a Israel acompanhado dos ministros Ernesto Araújo, de Relações Exteriores; Marcos Pontes, de Ciência e Tecnologia; general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; general Fernando Azevedo e Silva, da Defesa; e almirante Bento de Albuquerque, de Minas e Energia.

Na lista aparecem também o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o secretário de Agricultura e Pesca Jorge Seif e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Brigadeiro Raul Botelho.

Entre os congressistas que acompanham a visita estão o filho do presidente e senador pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o senador Chico Rodrigues (DEM – RR), a senadora Soraya Thronicke (PSL – MS) e a deputada federal Bia Kicis (PSL -DF).

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Agenda

Neste domingo, Bolsonaro participará do encontro privado com Netanyahu. Após a reunião, os mandatários devem assinar acordos entre os dois países nas áreas de segurança pública, defesa, ciência e tecnologia e medicina, e conceder uma entrevista à imprensa. Está previsto ainda um jantar oferecido pelo premiê israelense.

Na segunda-feira, 1, o presidente visitará a Unidade de Contra-Terrorismo da Polícia israelense e participará de uma cerimônia de condecoração dos brigadistas que participaram das buscas em Brumadinho, após o rompimento da barragem da mineradora Vale.

Pela tarde, Bolsonaro deve ir à Igreja do Santo Sepulcro, onde, segundo a tradição, Jesus teria sido crucificado, sepultado e, ao terceiro dia, teria ressuscitado. Também visitará o Muro das Lamentações, em Jerusalém, um dos locais mais sagrados do judaísmo, acompanhado de Netanyahu.

Na manhã do terceiro dia de Bolsonaro em Israel, o presidente se encontrará com executivos de startups e abrirá um encontro empresarial Brasil-Israel. O presidente deve ainda visitar uma empresa que fabrica sistemas para carros autônomos, onde fará um passeio em um dos veículos.

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O evento com executivos, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceira com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), reunirá cerca de 60 empresas brasileiras dos setores de construção civil, alimentos e bebidas, saúde, defesa e pescado. Com a presença de Bolsonaro e Netanyahu, será lançado um programa de atração de startups estrangeiras para o Brasil, o Scaleup in Brazil.

Durante a tarde, também haverá um almoço com a presença de Bolsonaro e rodadas de negócios entre compradores israelenses e as empresas brasileiras.

Durante as negociações, o presidente brasileiro visitará o memorial oficial para recordar as vítimas do Holocausto (Yad Vashem) e participará de uma cerimônia para o plantio de uma muda de oliveira no Bosque das Nações, em Jerusalém.

Bolsonaro retorna ao Brasil na quarta-feira, 3. Antes de embarcar, ele tem um encontro com brasileiros que residem na cidade israelense de Raanana, próxima a Tel Aviv.

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