O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo, 27, por meio de suas redes sociais, que tem pressa em obter uma vacina, mas que, se exercesse pressão pelo imunizante, seria acusado de interferência. A postagem foi feita um dia após ele dizer que não dava “bola” para o fato de outros países já terem começado a vacinar a população contra a Covid-19, declaração que rendeu inúmeras críticas. México, Chile e Costa Rica foram os primeiros países da América Latina a iniciar a vacinação contra o novo coronavírus, no último dia 24, enquanto que o Brasil ficou para trás.
“Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais. “O presidente da República, caso exercesse pressões pela vacina, seria acusado de interferência e irresponsabilidade”, completou.
Bolsonaro tem levantado dúvidas sobre a eficácia das vacinas e já se queixou que laboratórios estariam isentos de responsabilidades futuras, em caso de reações adversas. Por isso, o governo defendeu que, quem fosse imunizado, deveria assinar um termo de responsabilidade que isentaria a União de responsabilidades por eventuais efeitos colaterais. O presidente queria isso fosse previsto na Medida Provisória (MP ) 1003/20, que trata da adesão do Brasil à aliança global pela vacina igualitária contra a Covid-19 e que foi aprovada no último dia 18 pela Câmada. Mas, o termo foi excluído da MP, que seguiu para o Senado.
A declaração vai no sentido contrário do que o presidente havia afirmado no último dia 19, quando dissera que “a pressa da vacina não se justifica”. Na postagem deste domingo, com o título de “A pressa pela vacina”, o presidente afirma que existem quatro laboratórios que desenvolvem estudos clínicos de vacinas no Brasil, mas que nenhum apresentou junto à Anvisa pedido de uso emergencial ou de registro. “Tão logo um Laboratório apresente seu pedido de uso emergencial, ou registro junto à ANVISA, e esta proceda a sua análise completa e o acolha, a vacina será ofertada a todos e de forma GRATUITA e NÃO OBRIGATÓRIA”, encerrou ele.
O país contabiliza até agora 190.861 óbitos por Covid-19 e 7.466.189 casos da doença.
VACINA: pic.twitter.com/RHBBFzxffV
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 27, 2020