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Barrados, Lacerda e Marília se rebelam contra acordo entre PT e PSB

Ex-prefeito de Belo Horizonte diz que pode buscar a Justiça por candidatura ao governo mineiro; vereadora afirma que será candidata

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 2 ago 2018, 22h26 - Publicado em 2 ago 2018, 20h34
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  • Depois de terem as candidaturas aos governos de Minas Gerais e Pernambuco retiradas no acordo entre PT e PSB, fechado nesta quarta-feira, 1, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) e a vereadora de Recife Marília Arraes (PT) reagiram nesta quinta-feira, 2, ao acerto entre seus partidos. Lacerda disse que pode buscar a Justiça para se garantir na disputa e que não apoiará a reeleição do governador Fernando Pimentel (PT), enquanto Marília declarou que “Pernambuco vai ter candidatura do PT, sim” e atacou o governador Paulo Câmara (PSB).

    A retirada da candidatura da petista, que facilita a reeleição de Câmara, era a exigência do PSB para se declarar neutro no primeiro turno da disputa presidencial. Em troca, além de não apoiarem Ciro Gomes (PDT) na corrida pelo Palácio do Planalto, os pessebistas barraram a postulação de Marcio Lacerda e apoiaram a reeleição de Pimentel.

    “É possível uma judicialização. Tudo o que estiver ao nosso alcance para defender a candidatura, nós iremos atuar dentro dessas possibilidades”, declarou Lacerda, em entrevista coletiva na capital mineira. Em nota divulgada ontem, ele disse que recebeu a notícia do acerto com “indignação, perplexidade, revolta e desprezo” e que não seria candidato ao Senado na chapa encabeçada por Fernando Pimentel.

    Embora contrarie a Executiva Nacional do PT e o diretório petista pernambucano, Marília Arraes afirmou que sua posição não representa uma “subversão”. “Pernambuco vai ter uma governadora do PT sim. Estamos aqui para decidir o futuro de Pernambuco depois de mais de um ano de construção. Nós respeitamos os pensamentos divergentes, mas é preciso respeitar também o desejo das bases do PT e do povo pernambucano”, disse ela, antes do encontro estadual do PT. 

    Na coletiva de hoje, Lacerda afirmou que está em contato com Marília. “Ontem pela manhã eu liguei para ela, mantemos contatos eventuais, e ela me disse ‘Marcio, lute para sobreviver aí, que eu vou em Minas fazer campanha para você. Estou tentando manter a minha candidatura aqui'”, comentou o ex-prefeito de Belo Horizonte.

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    Lacerda argumentou que para haver a retirada da candidatura é necessário aprovação da executiva nacional do partido, e que o pré-candidato tenha cometido alguma infração.

    Ele declarou ainda que não comunicou sua posição ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e que desafiará a definição do quadro nacional da legenda, de apoiar ao PT. “É um sentimento já expresso em muitas oportunidades pela militância e pelos filiados. É possível que exista um pequeno apoiamento no PSB, mas seria minoritário”, afirmou.

    Ao contrário de Marcio Lacerda, que não atacou diretamente o PT, Marília voltou a criticar o PSB, a quem chamou de “falsa esquerda”, e acusou Paulo Câmara de querer explorar o potencial eleitoral de Lula. “Esse nosso projeto é o projeto de Lula. É o único palanque capaz de dar o apoio político ao projeto do ex-presidente”, afirmou.

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    Ela disse ainda que o PSB pratica chantagem contra o PT. “Não adianta mais tentar unir a esquerda por meio de chantagem. É o que o PSB está fazendo. O PSB chantageia o PT”, disse. Em seu discurso, a vereadora lembrou que o PSB liberou seus deputados para votar a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

    Também nesta quinta-feira, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse que vai conversar com o diretório do PT em Pernambuco para amenizar o desgaste com a retirada da candidatura de Marília Arraes ao governo do estado.

    Em Curitiba, após visita dos cantores e compositores Martinho da Vila e Chico Buarque ao ex-presidente Lula na prisão, Gleisi comentou que é “ruim” para o partido abrir mão da candidatura própria em Pernambuco, mas que o acordo foi necessário para resgatar um processo de união da esquerda na eleição presidencial.

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