Durante o depoimento do representante da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, à CPI da Pandemia, na última quinta-feira, o líder do Cidadania, senador Alessandro Vieira (SE), afirmou que o país poderia ter salvado 3 mil vidas no início desse ano, caso o governo Bolsonaro tivesse fechado o contrato para a compra da vacina da empresa americana.
“O contrato aponta para 4,5 milhões de doses. Na menor contabilidade, foram 3 mil vidas que poderiam ter sido salvas e não foram por omissão deliberada pelo governo”, disse o senador Alessandro. Ele fez o cálculo com base nos parâmetros do Departamento de Saúde Pública do Reino Unido.
As 4,5 milhões de doses às quais o senador se refere foram ofertadas ao governo brasileiro pela Pfizer em 26 de agosto do ano passado. Era a terceira proposta de venda de vacinas pela empresa americana ao país, com entregas de 1,5 milhão de doses em 2020 e mais 3 milhões de doses no primeiro trimestres de 2021.
Além de milhares de vidas perdidas, o país poderia ter economizado milhões de dólares, caso tivesse fechado o contrato antecipadamente com a Pfizer. A empresa ofereceu ao Brasil a venda de até 70 milhões de doses de vacinas a partir de agosto do ano passado.
O ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, disse a VEJA que a Pfizer aceitava entregar as vacinas por até 9,30 dólares a dose (48,91 reais), o que daria um total de 651 milhões de dólares (3,424 bilhões de reais). Caso o negócio tivesse sido fechado, o país economizaria 49 milhões de dólares (257,7 milhões de reais), já que as ofertas seguintes foram de 10 dólares a dose.
Mesmo que o cálculo ficasse restrito às 4,5 milhões de doses oferecidas no dia 26 de agosto, a economia também seria expressiva. O preço final cairia de 45 milhões de dólares (236,7 milhões de reais), para 41,85 milhões de dólares (220,13 milhões de reais), o que representaria uma economia de 3,19 milhões de dólares (16,7 milhões de reais).