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Assessor petista que hostilizou Barbosa saiu de licença médica para ir ao Rock in Rio

Horas depois de o site de VEJA questionar o gabinete sobre sua misteriosa doença, militante anunciou sua demissão pelo Facebook

Por Gabriel Castro, de Brasília
17 abr 2014, 16h45

Rodrigo Grassi Cademartori, o assessor parlamentar petista que hostilizou o ministro Joaquim Barbosa na saída de um bar na capital federal, pediu demissão do cargo. Ele fez o anúncio horas depois de o site de VEJA procurar o gabinete da deputada federal Érika Kokay (PT-DF) para perguntar sobre a misteriosa doença que o motivou a tirar uma licença médica em setembro do ano passado. Afastado por duas semanas da Câmara, alegando razões de saúde, ele viajou ao Rio de Janeiro para assistir ao Rock in Rio.

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O próprio militante petista fez o anúncio de sua demissão em seu perfil no Facebook, na noite desta quarta-feira. A deputada Érika Kokay (PT-DF), em cujo gabinete Cademartori trabalhava, confirmou ao site de VEJA o pedido de exoneração.

Rodrigo Cademartori Grassi, o Rodrigo Pilha, ficou famoso depois de perseguir e hostilizar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, em Brasília. Esse foi apenas o evento mais notório de um currículo recheado de tentativas de intimidação – entre as vítimas, está a blogueira cubana Yoani Sánchez.

Lotado no gabinete de Érika Kokay, ele parecia exercer unicamente a função de perseguir qualquer um que não se identificasse com as bandeiras do petismo. Mas o empenho do inquisidor em favor da moralidade pública parece não ser legítimo.

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Entre 12 e 25 de setembro do ano passado, Rodrigo esteve afastado do trabalho por razões de saúde. É o que comprova o boletim administrativo da Casa.

Rodrigo “Pilha” pede afastamento médico para ir ao Rock in Rio
Rodrigo “Pilha” pede afastamento médico para ir ao Rock in Rio (VEJA)

Na iniciativa privada, um afastamento de duas semanas somente ocorre quando o empregado é acometido por uma doença de certa gravidade. Mas doença grave seguramente é o que Rodrigo não tinha naqueles dias de setembro. Discrição, tampouco. Só foi possível reconstituir a história a seguir porque o assessor de Érika Kokay é obcecado por se exibir na internet.

Em 13 de setembro, já de licença médica, Rodrigo organizou um lual em sua casa e exibiu fotos do freezer recheado de cerveja. Era só um preparativo para o que viria. No dia 18, uma quarta-feira – dia cheio na Câmara dos Deputados – ele embarcou para o Rio de Janeiro para assistir ao festival Rock in Rio. “Mala pronta, violão, identidade e ingressos na mão ! Rock in Rio 2014, aí vai o Pilha!”, entusiasmou-se, em uma publicação no Facebook.

Nos dias seguintes, Rodrigo exibiu novas fotos no festival, ao lado de um grupo de amigos. Em uma das imagens, ele aparece com um grande copo de cerveja na mão. Tudo isso, claro, no período em que ele alegava estar impossibilitado de exercer seu cargo como funcionário público.

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A visita ao Rio de Janeiro também incluiu pelo menos um dia na praia (devidamente documentado e exibido nas redes sociais). O dia ainda, foi encerrado com um jogo no Maracanã: Rodrigo assistiu à partida entre Fluminense e Coritiba. Ele próprio fez questão de registrar o momento em fotos e em um vídeo no qual aparece gritando e gesticulando. Perfeitamente saudável.

Publicação by Rodrigo Pilha.

E a hipótese de uma cura miraculosa seguida de uma súbita decisão pela viagem ao Rio de Janeiro deve ser descartada porque os ingressos para o Rock in Rio estavam esgotados desde abril. Ou seja, Rodrigo teve um tempo bastante hábil para ‘programar’ sua licença médica de forma que coincidisse com o festival de música.

A deputada Érika Kokay diz se lembrar do pedido de licença médica, mas afirma que não pode revelar qual foi o motivo alegado pelo funcionário: “Isso é sigilo médico. Não sei como você tem coragem de perguntar”, diz ela. A petista também garante que o pedido de demissão foi feito antes de VEJA apontar as incongruências na licença médica solicitada por Rodrigo.

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