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Após derrota, Haddad prega ‘coragem’ contra ‘medo’ e se projeta para 2022

Agora ex-presidenciável, petista quer 'reconexão' da legenda com as ruas e as bases e promete oposição vigilante a governo Bolsonaro, a quem não mencionou

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 16h36 - Publicado em 28 out 2018, 20h29
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  • Em seu discurso após a derrota nas eleições presidenciais de 2018, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) pediu, em um tom emotivo, “coragem” a uma plateia formada por militantes e políticos aliados e colocando a sua “vida à disposição desse país”.

    “Não tenham medo. Nós estaremos aqui, nós abraçaremos a causa de vocês. A vida é feita de coragem”, disse o petista, pouco depois de colocar “a sua vida à disposição desse país” e de citar as eleições presidenciais de 2022, projetando-se para liderar o PT após o pleito deste domingo. “Verás que um professor não foge à luta, nem teme quem adora a liberdade à própria morte”, disse, em outro trecho.

    Haddad não citou o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em nenhum momento do seu discurso, mas cobrou do novo governo “respeito” a “uma parte expressiva da população brasileira” que o escolheu neste segundo turno. “[Essa parte] Diverge da maioria e tem outro projeto de país, mas precisa ser respeitada”. Ele também defendeu a posição da sua legenda para liderar a oposição, em especial na vigilância das instituições, que, diz, passam por instabilidades nos últimos anos, citando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Desde o início da tarde, o clima de velório no hotel onde a militância petista acompanhava a apuração se alternava com fiapos de esperança, em virtude do crescimento do ex-prefeito nas pesquisas realizadas durante a última semana. Mas tão logo as pesquisas de boca de urna e a primeira parcial da apuração foram divulgadas, a tensão e as conversas foram substituídas por um silêncio sepulcral, aos poucos seguidos de choros da militância petista.

    Ao longo da tarde, também foi possível identificar aquele que passa a se tornar uma persona non grata no partido, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), duramente criticado em caráter reservado por lideranças da legenda. E outros que se tornam aliados ainda mais próximos, como o também ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), levado ao palco durante o discurso de Haddad, junto com dirigentes dos partidos que integravam a coligação petista, o PCdoB e o Pros.

    Após o discurso de Haddad, a militância começou a entoar gritos de “a luta começou” e também a invocar o nome do ex-presidente Lula. A cerimônia foi antecedida por gritos de “fascista” durante o discurso de Bolsonaro. Antes do início, foi feito um minuto de silêncio em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no Rio em março deste ano, e ao capoeirista Mestre Moa do Catendê, assassinado durante uma discussão política na Bahia na campanha eleitoral deste ano.

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