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Apoio à senadora do PSB opõe governador da Bahia e Gleisi Hoffmann

Aliada histórica do PT no estado, Lídice da Mata quer disputar novo mandato na chapa de petista, que cogita privilegiar outros aliados locais

Por Da Redação
13 jun 2018, 10h29
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  • Apesar de o Diretório Nacional do PT ter definido que as alianças estaduais devem ser pautadas pelas prioridades nacionais do partido, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou nesta terça-feira, 12, que a sua chapa à reeleição “vai levar em conta muito mais o cenário estadual do que o nacional”. No centro da controvérsia está a segunda vaga para a disputa ao Senado.

    Pré-candidata à reeleição, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) pretende disputar um novo mandato na chapa de Costa, em dobradinha com o ex-governador e ex-ministro Jaques Wagner (PT). Aliada histórica do PT no Senado e na Bahia, ela conta com o apoio integral da presidente petista, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), para obter o seu pleito. Um almoço com o governador para discutir o tema vem sendo sucessivamente adiado.

    A aliança ainda cairia como uma luva na estratégia da direção do partido de aproximar o PSB da candidatura da legenda ao Planalto, que até agora o PT reitera que será do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado na Operação Lava Jato.

    O problema é que, para os planos locais de Rui, o apoio a um outro nome, do presidente da Assembleia Legislativa Ângelo Coronel (PSD), amarraria em sua coligação um apoio importante no estado, o do atual senador Otto Alencar (PSD-BA). No plano nacional, o PSD caminha para apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência.

    Um exemplo da prioridade dada pelo PT ao PSB foi o adiamento decidido por Gleisi do encontro estadual petista em Pernambuco. Existia o temor que o diretório local acabasse confirmando a pré-candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo do estado. Uma das exigências dos socialistas para encaminhar uma aliança é um apoio do PT à reeleição do atual governador pernambucano, Paulo Câmara (PSB).

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    Desde que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, filiado ao PSB, desistiu de ser candidato à Presidência, o partido passou a ser assediado por diversos candidatos. Em entrevista nesta semana, o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, afirmou que as conversas mais adiantadas são com o PDT, do pré-candidato Ciro Gomes, e com o PT, mas que o PSB vai cobrar ativamente que qualquer apoio seja compensado nos estados prioritários para os socialistas.

    Uma outra estratégia dos dois partidos está sendo oferecer a vaga de candidato a vice-presidente para o partido, sendo o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) o mais cotado. Para o PT, o nome de Lacerda seria particularmente interessante, porque o ex-prefeito sairia da disputa pelo Governo de Minas Gerais, eleição na qual os petistas trabalham pela recondução do atual governador, Fernando Pimentel (PT).

    “Não vamos esperar até lá”

    Nesta terça, o governador justificou que o cenário nacional ainda está muito indefinido e não há nenhuma previsão de nos próximos 30 dias ter uma definição. “O cenário nacional pode se mexer para um lado ou para o outro a partir de julho, após a Copa, e nós não vamos esperar até lá”, disse.

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    O anúncio oficial da formação da chapa, antes marcado para sexta-feira, dia 15, pode ser adiado para a próxima semana. O objetivo, dizem interlocutores do governo, é diluir o desgaste da exclusão do PSB em meio à repercussão dos festejos juninos.

    Mas a posição pode não ser tão fácil. No final de semana, em entrevista ao Jornal do Brasil, afirmou que “se for necessário”, a direção do partido terá “mais ênfase ainda em defender” a reeleição da senadora do PSB. “Seria o momento de retribuir à Lídice todo o apoio que ela nos deu”, disse a presidente do PT.

    Nesta terça, a assessoria da senadora paranaense enviou nota afirmando que “o esforço do PT é fazer aliança nacional e alianças estaduais com a centro-esquerda, especialmente com o PSB, onde isso for possível, respeitando a realidade política de cada estado”. A assessoria de Lídice afirmou que ela não iria se pronunciar.

    (Com Estadão Conteúdo)

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