Doria e França fazem novo debate com muitos ataques e poucas propostas
Debate foi marcado por duras críticas entre os concorrentes e tensão no estúdio, com troca de acusações e apoiadores sendo retirados da plateia
Os dois candidatos ao governo de São Paulo que avançaram para o segundo turno das eleições de 2018, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB), participaram de um debate promovido pela TV Record, na tarde desta sexta-feira, 19.
Foi o segundo encontro em menos de 24 horas entre os dois candidatos e, assim como no promovido pela TV Bandeirantes, os candidatos se concentraram em ataques e acusações pessoais e apresentaram poucas propostas. O clima em frente às câmeras se repetiu nos bastidores e o mediador do debate, o jornalista Reinaldo Gottino, teve de advertir constantemente apoiadores dos dois candidatos
Do lado de Doria, novamente o discurso de que o adversário é “esquerdista” e próximo ao PT. Mais uma vez, o tucano divulgou o site “Podedesconfiar.com.br“, lançado e bancado por sua campanha com críticas ao adversário do PSB e publicações de materiais que o liguem ao partido de Fernando Haddad e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula também foi um dos nomes muito citados, com citações de França sobre o fato de que alguns dos principais executivos do Lide, empresa do grupo Doria, serem ex-ministros do governo do petista. O atual governador também disse não apoiar o PT e citou declarações de voto de políticos ligados a Jair Bolsonaro (PSL), como o senador eleito Major Olímpio (PSL-SP). Doria afirmou que apoia Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, enquanto França se disse neutro.
França, por sua vez, levantou suspeitas sobre a atividade empresarial de Doria, em especial a compra de um avião com recursos emprestados pelo BNDES e a contratação, pelo tucano, de empregados no regime de pessoa jurídica, no qual o trabalhador não tem descontos em seus vencimentos, mas também não possui determinados benefícios, como os depósitos do Fundo de Garantia. Doria se defendeu, afirmou que os recursos foram utilizados para a compra de uma aeronave da Embraer, indústria nacional que geraria empregos no Brasil e também argumentou ter vida na iniciativa privada pautada na legalidade, chamando o adversário de “notório mentiroso”.
Entre as poucas propostas apresentadas ao longo de cerca de uma hora e meia de debate, sem novidades. Márcio França, mais uma vez, ressaltou o projeto que batizou de “alistamento civil”, em que 80.000 jovens carentes, na faixa dos 18 anos, receberiam uma bolsa e uma vaga em universidades virtuais de ensino superior para prestar serviços sociais, auxiliando as polícias Civil e Militar no cumprimento de tarefas.
Doria, por sua vez, defende utilizar a sua força como governador para articular com deputados em Brasília a mudança de regras do direito penal, como a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, e o fim das saídas temporárias de presos. Esse também foi o tema da suas considerações finais, nas quais ressaltou que, se eleito, terá como prioridade “a defesa da família”. Márcio França encerrou a sua participação propondo, no caso da sua vitória, “conduzir o diálogo” entre os diversos partidos para reduzir a intensa polarização política no Brasil.
Acompanhe ao vivo o segundo debate entre João Doria e Márcio França:
15:02 – Considerações finais de Márcio França: São Paulo precisa ‘conduzir o diálogo’
O candidato do PSB pregou que, se eleito, fará com que São Paulo “conduza o diálogo” entre todos os partidos e lideranças políticas, após as eleições de 2018, para pacificar o país. Ele lembrou de sua atuação como governador durante a greve dos caminhoneiros neste ano, quando, diz, foi um dos principais articuladores para o fim da polarização.
14:55 – Considerações finais de João Doria: Endurecer a segurança para ‘defender São Paulo’
O candidato do PSDB prometeu, em suas considerações finais, endurecer o combate à criminalidade, intensificando o policiamento e articulando com parlamentares em Brasília a mudança de regras do direito penal, com proibição de saídas temporárias e redução da maioridade penal. Também pediu voto para Jair Bolsonaro (PSL) para presidente.
14:44 – ‘Acelera… mas não engata’
Márcio França ironiza o slogan “Acelera São Paulo”, utilizado pelo adversário desde a campanha de 2016. “Você acelera, mas não engata, só faz o barulho”, criticou o atual governador.
14:40 – Doria volta a criticar atuação de França como secretário de Alckmin
O candidato do PSDB chamou de “tímida” a atuação de França, que, além de vice-governador, acumulou o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo. O atual governador ressaltou a atuação na ampliação da Universidade Virtual de São Paulo (Univesp). Doria defendeu a ampliação da Univesp, mas afirmou que a atuação do candidato do PSB nessa área foi insuficiente.
14:35 – França tenta opor Doria a policiais militares e funcionários públicos
O candidato do PSB afirma que, em debate na noite de ontem, João Doria disse que ele precisava “deixar de ser funcionário público para trabalhar um pouco” e questiona que o adversário desrespeitou os funcionários públicos. França também rebateu críticas feitas por Doria quando ele, enquanto governador, homenageou a policial Kátia Sastre, que executou um criminoso que tentava fazer um assalto na porta de uma escola. À época, o tucano afirmou que França era “oportunista”.
14:28 – Doria e França voltam a se enfrentar, agora sobre sobre creches
Ambos os postulantes propõem construir e implementar novas creches no Estado de São Paulo, mas a discussão descambou novamente para o embate. O candidato do PSB ressaltou realizações durante a sua gestão como vice-governador de Alckmin.
Em réplica, Doria afirmou que o adversário oscila sobre a administração estadual em relação a sua conveniência: quando se trata de aspectos positivos, ressalta que era o vice; quando não, trata de ser um governo do PSDB. Márcio França afirma, mais uma vez, que o adversário chamou de “sujas e pobres” as creches públicas construídas em sua cidade natal, São Vicente (SP).
14:14 – Candidatos deixam propostas de lado e fazem bloco de ataques
Depois de um início com a apresentação de algumas propostas, principalmente na área da saúde, os candidatos de PSB e PSDB encaminharam o debate exclusivamente para ataques e acusações pessoais. Doria segue tentando associar França ao PT e ao ex-presidente Lula, enquanto o atual governador reitera a narrativa de que o ex-prefeito traiu Geraldo Alckmin e tem práticas eticamente questionáveis em sua atuação empresarial.
14:11 – Empresas de Doria volta a ser pauta de debate em São Paulo
O candidato do PSB voltou a envolver o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), empresa de João Doria, no embate entre ele e o adversário. Desta vez, Márcio França cita o fato de que o Lide é presidido por Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ter como um de seus conselheiros Roberto Rodrigues, titular da Agricultura também no governo do petista. O atual governador também criticou patrocínios públicos para a revista Caviar, publicada pelo grupo Doria.
14:08 – França ataca Doria por financiamento de avião pelo BNDES
Márcio França criticou João Doria por ter comprado um avião com recursos financiados pelo BNDES durante o governo do ex-presidente Lula (PT). Em réplica, Doria tenta associar o atual governador ao PT, citando empréstimos do banco de fomento em países como Cuba e Venezuela.
14:02 – Candidatos divergem sobre combate ao desemprego de jovens
Márcio França e João Doria divergem sobre a melhor estratégia para o combate ao desemprego de pessoas na faixa dos 18 anos. França voltou a defender seu projeto de “alistamento civil”, com bolsas e ensino técnico a jovens recém-saídos do ensino médio. Doria promete, se eleito, reestabelecer os valores para o Via Rápida, proposta para o desemprego do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).
13:58 – A ‘Márcia’ Gabrilli
Ao anunciar quem daria consultoria ao seu governo na área de assistência às pessoas com deficiência, João Doria citou a senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB-SP), chamada por ele de “Márcia Gabrilli”. Foi o ensejo para que França insinuasse que a parlamentar não está tão próxima a Doria – “quem vê pensa que ele é tão fervorosa em sua campanha” – e também para relembrar a declaração de voto que recebeu do outro senador eleito por São Paulo, Major Olímpio (PSL).
13:55 – Doria e França fazem promessas para as pessoas com deficiência
O candidato do PSDB, João Doria, prometeu ampliar a Rede Lucy Montoro, com mais seis unidades de apoio às pessoas com deficiência e com apoio para a Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD). Márcio França, por sua vez, prometeu um programa para que prefeituras no interior possam comprar equipamentos, em especial cadeiras de roda, para as pessoas que estão atualmente na fila, cerca de 20.000, segundo ele.
13:45 – Candidatos usam reportagens da imprensa para estabelecerem confronto
Em crítica a Márcio França, João Doria afirma que o candidato do PSB se colocou contrário à atuação da Polícia Militar para coibir crimes de violência doméstica. França, por sua vez, citou a operação da PF realizada nesta sexta-feira, apreendendo material irregular de campanha no comitê do postulante do PSDB.
13:43 – França questiona mudança no Leve Leite e Doria defende gestão
Em sua primeira pergunta, Márcio França relembrou uma controvérsia da gestão de Doria na prefeitura de São Paulo, as restrições no programa “Leve Leite”, de distribuição de leite para crianças carentes. Em réplica, o ex-prefeito defendeu as mudanças, que, segundo diz, visaram a focar o seu atendimento às faixas de idade que mais necessitam do alimento.
Doria também ressaltou o programa “Bom Prato”, de refeições a custo mínimo para a população carente. Encerrando a discussão do tema, França relembrou outro ponto sensível sobre a gestão de Doria, a controvérsia a respeito da “farinata”, distribuição de alimentos reprocessados que o tucano chegou a anunciar na prefeitura, mas que posteriormente desistiu de implementar.
13:36 – Doria se diz ‘a favor da família’ e tenta se colar a Bolsonaro
Iniciando a sua participação no debate, João Doria (PSDB) se apresentou como um candidato “a favor da família”, contra o aborto e a favor da redução da maioridade penal. O tucano também tentou, mais uma vez, se ligar a Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República.
13:34 – França exalta legado e apoios no segundo turno
Em suas considerações iniciais, Márcio França (PSB) exaltou sua trajetória política e os resultados eleitorais que teve em sua cidade natal, São Vicente (SP), no primeiro turno. Ele também ressaltou os apoios que obteve de adversários para a segunda etapa, de Paulo Skaf (MDB) e Major Costa e Silva (DC).
13:32 – Polícia Federal faz buscas no comitê de Doria em São Paulo
A Polícia Federal (PF) fez buscas nesta sexta-feira no comitê de João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, no centro da capital paulista. Os agentes federais acompanharam um oficial da Justiça Eleitoral “para cumprimento de medidas administrativas” e foram ao local atrás de material irregular da campanha do tucano. A operação foi feita a partir de uma denúncia contra a campanha do ex-prefeito.
13:19 – Datafolha: Doria lidera com 53% dos votos válidos; França tem 47%
Nos votos totais, o ex-prefeito tem 44% da preferência do eleitorado paulista; o atual governador, que tenta a reeleição, aparece com 40%. Brancos e nulos somam 9%, e 7% não souberam ou não responderam.
13:06 – As armas de Doria: França ‘esquerdista’ e ‘Pode desconfiar’
Do seu lado, João Doria deve repetir duas das suas principais armas para o novo embate contra Márcio França: classificar o adversário como ‘esquerdista’, ligando ele a um passado próximo do PT, e divulgar um site criado e mantido pela campanha, o Podedesconfiar.com.br, com ataques e tentativas de desconstrução do postulante do PSB.
12:57 – Situação de prefeitos do PSDB aumenta tensão entre adversários
O racha no PSDB de São Paulo, com prefeitos ligados ao ex-governador tucano Geraldo Alckmin se engajando na campanha de Márcio França, deve ser uma das tônicas deste segundo debate entre os dois candidatos. França deve repetir o discurso de que Doria traiu Alckmin, padrinho político da sua candidatura a prefeito de São Paulo em 2016, para enfraquecer a ligação que o adversário está tentando estabelecer entre seu nome e o do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o voto “bolsodoria”.