Seria uma noite em que a TV Globo reinaria absoluta nas redes sociais, devido à realização do debate, mediado por William Bonner, entre os candidatos à Presidência da República, o último antes do primeiro turno, no próximo domingo (7). Até que, por volta das 18h desta quinta-feira (4), Jair Bolsonaro anunciou em sua conta no Twitter, que conta com 1,59 milhão de seguidores: “Hoje, às 22 horas, estarei no Jornal da Record, com exclusividade. Peço assistir e divulgar”. A informação surpreendeu os rivais.
PT, PSOL e MDB entraram com recursos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para tentar barrar a entrevista do candidato do PSL. Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiaram também questionar a transmissão, mas recuaram para evitar indisposição com a emissora. O ministro Carlos Horbach liberou o programa, rejeitando “censura prévia” e reafirmando o direito à “livre manifestação” da Record.
Às 21h53, o Twitter ainda falava em #TsunamiCIRO, expressão criada pelos eleitores do candidato do PDT, em segundo lugar, com 179.000 citações, seguido de #HaddadÉ13, com 11.300, e #VemComBolsonaro17, com 174.000. Àquela altura, o lançamento do novo disco de Pabllo Vittar, Não Para Não, era o tema mais comentado na rede social.
O debate e a entrevista de Bolsonaro começaram simultaneamente, pouco após as 22h. Às 22h11, o #DebateNaGlobo já era segundo nos trending topics, com 18.800 citações, seguido de #HaddadÉ13, agora com 19.100. Em quinto lugar, já despontava um #BolsonaroNaRecord, com 16.400 citações.
O capitão da reserva falou por vinte minutos. Transmitida pelo YouTube, o programa chegou a 80.000 visualizações simultâneas às 22h30. Não era possível comparar com o debate, possível de ser visto na internet apenas pelo GloboPlay, da Globo.
Às 22h47, quando a entrevista de Bolsonaro já havia terminado, o debate da Globo já era o assunto mais comentado, seguido da Record. As duas emissoras disputam a liderança da audiência no Twitter.
Alvaro Dias (Podemos) também foi roubando as atenções. Primeiro, por ter se dirigido a William Bonner dizendo que estava vendo o apresentador pessoalmente pela primeira vez. Ele criticava o fato de o Jornal Nacional ter entrevistado apenas os cinco candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, o que o excluía. O candidato também se atrapalhou com o tempo e com o posicionamento diante das câmeras e fez duros ataques ao PT.
Guilherme Boulos também aparecia entre os dez mais ao fazer um discurso contra a ditadura, em referência a Bolsonaro. O termo “Ditadura nunca mais”, usado por ele, aparecia em oitavo às 23h21, com 25.000 citações.
Outro tema que tomou as redes sociais e que chegou a entrar nos trending topics foi “bolacha sem recheio”, citado pelo ex-governador de São Paulo. Alckmin lembrou que, em 2005, o Estado isentou o produto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Nas buscas do Google, o nome de Jair Bolsonaro teve picos ao longo de toda a entrevista na Record, superando de quatro a seis vezes o de outros candidatos. Também superava as buscas por “debate”. Na internet, o candidato do PSL acabou superando Globo e Record.